- Crise na Galeria Nacional da Eslováquia (SNG) envolve demissões e renúncias de diretores, com intervenção governamental sob Robert Fico, gerando protestos da comunidade artística.
- Em vinte e cinco de agosto, a instalação da artista Denisa Lehocká, com quinze metros de comprimento, foi removida sem consentimento na presença policial; a artista vê violação contratual, pois a obra era permanente e só poderia ser retirada com sua autorização.
- A gestão da SNG ficou instável desde a demissão de Alexandra Kusá em agosto de dois mil e vinte e quatro; quatro diretores passaram pelo cargo em curto período e a principal patrocinadora, Tatra banka, suspendeu apoio.
- Organizações e artistas promovem ações pela liberdade criativa, com Otvorená Kultúra! (Cultura Aberta) liderando campanhas e uma declaração de Bratislava pela Liberdade Artística em maio.
- A crise aponta para repressão cultural na Eslováquia, com a ministra da Cultura, Martina Šimkovičová, acusada de promover uma purga no setor; pressão internacional aumenta e a comunidade busca resistir.
A Galeria Nacional da Eslováquia (SNG) enfrenta uma crise profunda, marcada por demissões e renúncias de diretores, além de intervenções governamentais que têm gerado protestos na comunidade artística. Em 25 de agosto, a instalação da artista Denisa Lehocká foi removida sem consentimento, com a presença da polícia, intensificando o descontentamento entre artistas e ONGs em defesa das liberdades criativas.
A instalação de Lehocká, com 15 metros de comprimento, foi retirada sob a justificativa de que o espaço seria necessário para outra exposição. A artista considerou essa ação uma violação grave de contrato, uma vez que a obra deveria ser permanente e sua remoção só poderia ocorrer com sua autorização. A situação reflete uma crise mais ampla no cenário cultural da Eslováquia, exacerbada pela gestão do governo liderado por Robert Fico, que tem promovido mudanças drásticas em várias esferas da sociedade.
Protestos e Chamadas à Ação
A intervenção do governo na cultura levou a uma série de protestos, com organizações e indivíduos clamando pela adoção de um Ato Europeu de Liberdade Artística. O grupo Otvorená Kultúra! (Cultura Aberta), que surgiu em 2024, tem liderado esses esforços, promovendo eventos e conferências para sensibilizar a população e autoridades sobre a importância da liberdade artística. Em maio, a declaração de Bratislava para a Liberdade Artística foi divulgada, unindo vozes em prol de legislações que protejam a expressão criativa.
Com a demissão da diretora da SNG, Alexandra Kusá, em agosto de 2024, a galeria passou a viver um período de instabilidade. Desde então, quatro diretores assumiram o cargo em um curto espaço de tempo, e a atmosfera de trabalho se deteriorou, levando a uma onda de demissões em massa. A principal patrocinadora da SNG, Tatra banka, suspendeu seu apoio, citando a “tensão e incerteza” na instituição.
Consequências para o Setor Cultural
A crise na SNG reflete uma tendência mais ampla de repressão cultural na Eslováquia, com a ministra da Cultura, Martina Šimkovičová, sendo acusada de promover uma “purga” no setor. Críticos afirmam que suas ações visam eliminar o que considera arte progressista, resultando em um ambiente hostil para artistas e curadores. A situação atual é descrita como uma devastação da cultura, sem alternativas viáveis sendo apresentadas pelo governo.
A pressão internacional e as preocupações sobre a deterioração da democracia na Eslováquia continuam a crescer, enquanto a comunidade artística busca maneiras de resistir e reivindicar seus direitos. A luta pela liberdade criativa se intensifica, com a esperança de que as vozes unidas possam influenciar mudanças significativas no futuro próximo.