- No dia 13 de outubro, dezesseis artistas nativos realizaram uma intervenção não autorizada no Metropolitan Museum of Art, em Nova York, com uso de realidade aumentada, intitulada ENCODED: Change the Story, Change the Future, disponível até 31 de dezembro por meio de tour autoguiado via link.
- O projeto sobrepõe figuras cosmológicas e elementos culturais a paisagens genéricas e retratos de colonizadores em obras do século XIX, questionando as narrativas da arte americana; foi co-curado pela cineasta Tracy Renée Rector e por um co-curador indígena anônimo.
- A intervenção coincide com o centenário da ala americana do Met, levantando questões sobre quem decide o que merece ser exibido. Para a artista Amelia Winger-Bearskin, a relação com o museu é complexa, com experiências positivas na instituição ao longo de sua vida.
- Os visitantes podem acessar o tour via link e ativar as transformações ao apontar celulares para obras selecionadas; entre os exemplos, o fotógrafo Jeremy Dennis sobrepõe a Casa Branca a uma pintura do Partenon, simulando desrespeito a locais sagrados, e Priscilla Dobler Dzul vestiu digitalmente a escultura Mexican Dying Girl com pele de felino.
- O Met tem buscado integrar a arte indígena em sua programação desde 2020, com a contratação de Patricia Marroquin Norby como curadora associada de arte indígena e a exibição da coleção Diker, que envolve obras de mais de cinquenta tribos, embora críticas apontem para uma apresentação ainda segregada e para uma exposição de George Morrison em espaço adjacente à coleção Diker até maio de 2026.
No dia 13 de outubro, dezessete artistas nativos realizaram uma intervenção não autorizada no Metropolitan Museum of Art (Met), em Nova York. Com o uso de realidade aumentada (AR), o projeto intitulado ENCODED: Change the Story, Change the Future transforma obras do século XIX, questionando as narrativas da arte americana. A intervenção, que ficará disponível até 31 de dezembro, foi co-curada pela cineasta Tracy Renée Rector e um co-curador indígena anônimo.
As obras digitais sobrepõem figuras cosmológicas e elementos culturais a paisagens genéricas e retratos de colonizadores. O evento coincide com a celebração do centenário da ala americana do Met, levantando questões sobre quem decide o que merece ser exibido. Para a artista Seneca-Cayuga, Amelia Winger-Bearskin, a relação com o Met é complexa, destacando experiências positivas na instituição ao longo de sua vida.
A Intervenção
Os visitantes podem acessar um tour autoguiado via link, ativando essas transformações ao apontar seus celulares para obras selecionadas. O fotógrafo Shinnecock, Jeremy Dennis, por exemplo, sobrepôs a Casa Branca a uma pintura do Partenon, simbolizando a desconsideração por locais sagrados. Já Priscilla Dobler Dzul digitalmente vestiu a escultura Mexican Dying Girl em uma pele de felino decorada, provocando reflexões sobre a representação cultural.
Passos do Met
O Met tem buscado integrar a arte indígena em sua programação. Desde 2020, com a contratação de Patricia Marroquin Norby como curadora associada de arte indígena, o museu começou a exibir a coleção Diker, que inclui obras de mais de 50 tribos. Contudo, muitos críticos apontam que essas obras ainda são apresentadas em uma seção segregada da ala americana. Além disso, uma exposição dedicada ao artista Ojibwe George Morrison está em cartaz até maio de 2026, mas em um espaço adjacente à coleção Diker, longe dos contemporâneos de Morrison.
A intervenção dos artistas nativos representa uma resposta direta às limitações percebidas na representação de suas culturas e histórias dentro do espaço museológico, destacando a necessidade de um diálogo mais inclusivo e representativo.