- Capsat, unidade militar de elite de Madagascar, afirmou em 14 de outubro ter tomado o poder após o impeachment do presidente Andry Rajoelina, em meio a protestos. Rajoelina não é visto publicamente e, segundo relatos, deixou o país em aeronave militar francesa.
- A Capsat posicionou-se ao lado dos manifestantes e informou que não atirará contra a população. O coronel Michael Randrianirina disse que será formado um conselho de oficiais para governar temporariamente, com promessa de um governo civil em breve, em coletiva em Antananarivo.
- O país vive uma crise com histórico de corrupção e instabilidade. Rajoelina já havia sido deposto em 2009, retornou ao poder em 2019 e houve alegações de fraude na reeleição de 2023. Protestos começaram em setembro, motivados por infraestrutura, e evoluíram para luta contra corrupção.
- Relatos indicam que, nos primeiros dias, houve repressão policial que deixou pelo menos 22 mortos, alimentando a indignação. A mobilização foi liderada por jovens por meio de redes sociais, destacando a geração Z no ativismo.
- A comunidade internacional acompanha os desdobramentos, com cautela sobre a transição e o futuro governo civil. Ativistas dizem que a intervenção pode trazer mudanças, mas permanecem céticos quanto às intenções da Capsat.
Uma unidade militar de elite de Madagascar, conhecida como Capsat, anunciou nesta terça-feira, 14 de outubro, que tomou o poder após a impeachment do presidente Andry Rajoelina. A decisão do parlamento ocorreu em meio a intensos protestos contra o governo, que começaram em setembro e exigiam reformas políticas e o fim da corrupção. Rajoelina, que não é visto publicamente há dias, teria deixado o país em uma aeronave militar francesa.
A situação se agravou quando a Capsat, que se posicionou ao lado dos manifestantes, declarou que não dispararia contra a população. O líder da unidade, coronel Michael Randrianirina, afirmou que um conselho de oficiais será formado para governar temporariamente, com a promessa de estabelecer um governo civil em breve. A declaração foi feita em uma coletiva de imprensa em Antananarivo, onde Randrianirina enfatizou que o objetivo é restaurar a ordem e a paz no país.
Contexto da Crise
As tensões políticas em Madagascar têm raízes profundas, com o país enfrentando um histórico de corrupção e instabilidade. Rajoelina, que já havia sido deposto em um golpe em 2009, retornou ao poder em 2019, mas sua reeleição em 2023 foi marcada por alegações de fraude. Os protestos, inicialmente motivados por problemas de infraestrutura, como falta de água e eletricidade, rapidamente se transformaram em um movimento contra a corrupção e a falta de confiança no governo.
Relatos indicam que, durante os primeiros dias de protesto, a repressão policial resultou na morte de pelo menos 22 pessoas, o que intensificou a indignação popular. A mobilização foi amplamente organizada por jovens através de redes sociais, como Instagram e Facebook, destacando a força da geração Z no ativismo político.
Reações e Expectativas
A comunidade internacional observa atentamente os desdobramentos em Madagascar, com preocupações sobre a transição de poder e as promessas de um governo civil. Ativistas locais expressam esperança de que a intervenção militar possa levar a mudanças significativas, embora haja ceticismo quanto às intenções da Capsat. “A corrupção precisa ser combatida, mas devemos estar vigilantes sobre o que a nova liderança planeja”, comentou um ativista.
A situação continua em evolução, com a população aguardando os próximos passos da Capsat e a formação de um novo governo.