- O governo francês, sob a liderança do primeiro-ministro Sébastien Lecornu, decidiu suspender a reforma das pensões e adiá-la para 2028, anunciando o recuo na Assembleia Nacional.
- A suspensão visa evitar crise de governabilidade e possivel moção de censura, com foco no orçamento; a proposta original.prevê aumento da idade mínima de aposentadoria de 62 para 64 anos e ampliação do tempo de contribuição, e ficará congelada até 2028.
- A oposição, especialmente o Partido Socialista, teve suas demandas atendidas, abrindo espaço para o debate parlamentar sobre a reforma e sobre receitas para financiar as aposentadorias atuais.
- A União Europeia expressou cautela: o comissário de Economia, Valdis Dombrovskis, mostrou preocupação com as consequências orçamentárias e ressaltou a necessidade de França cumprir metas de redução do déficit.
- O cenário permanece tenso: o Partido Socialista pode tentar derrubar o governo durante o debate orçamentário; a direita tradicional enfrenta divisões internas; pesquisas apontam setenta e dois por cento de desaprovação ao governo; eleições municipais e presidenciais no próximo ano podem influenciar a continuidade de Lecornu.
O governo francês, sob a liderança do primeiro-ministro Sébastien Lecornu, decidiu suspender a reforma das pensões, adiando sua implementação para 2028. A medida visa evitar uma crise de governabilidade, especialmente diante de uma possível moção de censura que poderia ameaçar a continuidade do Executivo. A decisão foi anunciada na Assembleia Nacional, onde Lecornu atendeu às demandas da oposição, especialmente do Partido Socialista.
Com o adiamento, o debate sobre a reforma será reaberto no Parlamento, permitindo que o governo se concentre na aprovação do orçamento. A proposta original, que aumentava a idade mínima de aposentadoria de 62 para 64 anos e ampliava o período de contribuição, ficará congelada até 2028. Lecornu destacou que a suspensão não pode se dar sem a previsão de receitas para financiar as aposentadorias atuais.
Reações e Implicações
A decisão de Lecornu foi recebida com cautela pela União Europeia. O comissário europeu de Economia, Valdis Dombrovskis, expressou preocupação com as consequências orçamentárias da suspensão da reforma. Ele ressaltou a importância de a França manter seus compromissos de redução do déficit público.
Apesar de ter evitado a moção de censura por ora, a situação do governo permanece delicada. O Partido Socialista não descarta a possibilidade de derrubar o governo caso suas demandas não sejam atendidas durante o debate orçamentário. Além disso, a direita tradicional enfrenta divisões internas, o que pode complicar ainda mais a estabilidade do governo.
Cenário Futuro
Pesquisas recentes indicam que 72% dos franceses desaprovam o novo governo, refletindo a insatisfação popular com a condução política. Embora Lecornu tenha conseguido um respiro temporário, a necessidade de novas concessões se torna evidente à medida que se aproxima a votação do orçamento. O calendário eleitoral, com eleições municipais na primavera e presidenciais no próximo ano, pode influenciar a dinâmica política e a sobrevivência do primeiro-ministro.