- Morrocos enfrenta protestos liderados pela Geração Z desde o fim de setembro, em várias cidades, com demandas por melhoria de serviços públicos e combate à corrupção; o motivo imediato foi a morte de oito mulheres em um hospital em Agadir devido a condições precárias de atendimento.
- Jovens marroquinos, estimados em cerca de 50% da população de 38,4 milhões, pedem prioridade a investimentos sociais acima de recursos para a Copa do Mundo de 2030; o evento deve custar entre 5 e 6 bilhões de dólares em gastos diretos.
- Os protestos são coordenados pelo coletivo Gen Z 212, que tem quase 250 mil membros no Discord; o grupo defende uma geração que busca romper com ciclos de corrupção, conforme observação de Maurício Santoro, cientista político.
- O governo lançou, em agosto, a Fundação Marrocos 2030, com orçamento estimado em 150 bilhões de dirhams (aproximadamente R$ 90,4 bilhões) e autonomia para supervisionar projetos esportivos e de infraestrutura, incluindo estádios para 30 a 50 jogos.
- O Grand Stade Hassan II, em Casablanca, com capacidade de 115 mil pessoas, é um dos principais projetos; o rei Maomé VI pediu ao Parlamento que acelere reformas para melhorar serviços públicos e criar empregos, enquanto a população discute se investimentos na Copa são prioritários diante de necessidades sociais.
O Marrocos, que recentemente se destacou no futebol, enfrentou uma onda de protestos liderados pela Geração Z desde o final de setembro. As manifestações, que ocorreram em várias cidades, exigem melhorias nos serviços públicos, como saúde e educação, além de um combate efetivo à corrupção. O estopim dos protestos foi a morte de oito mulheres em um hospital em Agadir devido a condições precárias de atendimento.
Os jovens marroquinos, estimados em cerca de 50% da população de 38,4 milhões, exigem que o governo priorize investimentos em áreas sociais em vez de alocar recursos na Copa do Mundo de 2030. O evento, que terá Marrocos como uma de suas sedes, deve custar entre 5 e 6 bilhões de dólares apenas em gastos diretos, sem contar as grandes obras de infraestrutura necessárias.
Protestos e Demandas
Os protestos, organizados pelo coletivo anônimo Gen Z 212, têm ganhado força e atraído a atenção da mídia internacional. Com quase 250 mil membros no Discord, o grupo defende uma nova geração que busca romper com ciclos de corrupção. O cientista político Maurício Santoro observa que as manifestações marroquinas têm semelhanças com outras mobilizações globais, sendo organizadas de forma descentralizada e com foco em demandas sociais.
O governo marroquino, sob pressão, lançou em agosto a Fundação Marrocos 2030, responsável pela organização do evento e com um orçamento estimado em 150 bilhões de dirhams (aproximadamente R$ 90,4 bilhões). A fundação terá autonomia para supervisionar projetos esportivos e de infraestrutura, incluindo a construção de estádios que devem receber entre 30 e 50 jogos do torneio.
Expectativas e Desafios
Apesar das críticas, muitos marroquinos veem a Copa do Mundo como uma oportunidade histórica para mostrar o progresso do país e sua paixão pelo futebol. O Grand Stade Hassan II, em Casablanca, com capacidade para 115 mil pessoas, é um dos principais projetos, almejando receber a final do torneio.
O rei Maomé VI, em resposta às manifestações, pediu ao Parlamento que acelerasse reformas para melhorar os serviços públicos e criar empregos. Enquanto isso, a população continua a debater se os investimentos na Copa são mais urgentes do que as necessidades sociais básicas.