- A União Europeia busca aprovar metas de redução de emissões até 2040 antes da COP30, que ocorrerá em novembro no Brasil, com Ursula von der Leyen buscando flexibilizações para viabilizar acordo no Conselho Extraordinário de Meio Ambiente em 4 de novembro.
- A Comissão Europeia sinaliza ajustes às normas ambientais para atender a França, Alemanha, Itália e Polônia, que pedem adiamento da votação até que haja consenso entre os líderes.
- A oposição vem de partidos de ultradireita e de setores empresariais, que dizem que as metas reduzem a competitividade da economia europeia; a Comissão afirma ser possível manter ambição ambiental e competitividade.
- Pressões externas incluem os Estados Unidos, que criticam a Diretiva de Diligência Devida sobre Sustentabilidade Corporativa por alegar risco à competitividade europeia, e a China, cuja influência no mercado global aumenta o desafio para a autonomia europeia.
- O momento é crucial para a política climática da UE, que tenta conciliar metas ambiciosas com competitividade, com foco na COP30 e decisões nas próximas semanas.
A União Europeia (UE) está em meio a um intenso debate sobre sua agenda climática, buscando aprovar metas de redução de emissões até 2040 antes da COP30, que ocorrerá em novembro no Brasil. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e outros líderes estão considerando flexibilizações nas regras propostas, em resposta a pressões internas e externas.
A agenda verde da UE, que já foi um modelo global, enfrenta resistência de partidos de ultradireita e setores empresariais. Esses grupos argumentam que as ambições climáticas comprometem a competitividade da economia europeia. A Comissão, por outro lado, acredita que é possível manter um compromisso ambiental robusto enquanto se promove a competitividade.
Recentemente, a Comissão Europeia se mostrou disposta a ajustar suas diretrizes, diluindo algumas normas ambientais para atender às preocupações de países como França, Alemanha, Itália e Polônia. Esses países pediram que a votação sobre as metas de 2040 fosse adiada até que os líderes da UE chegassem a um consenso. Fontes diplomáticas, no entanto, expressam otimismo de que um acordo será alcançado na reunião do Conselho Extraordinário de Meio Ambiente em 4 de novembro.
Pressões Externas
A pressão externa também é significativa, especialmente dos Estados Unidos e da China. Washington tem criticado a Diretiva de Diligência Devida sobre Sustentabilidade Corporativa, que exige que grandes empresas garantam o respeito aos direitos humanos e normas ambientais em suas cadeias de suprimento. A administração americana argumenta que essa lei representa um risco para a competitividade europeia.
Além disso, a UE enfrenta desafios com a crescente influência da China no mercado global, que ameaça a autonomia europeia em setores estratégicos. Von der Leyen reconheceu a necessidade de um equilíbrio entre ambição e pragmatismo, afirmando que a transição para uma economia verde deve ser feita com cautela, levando em conta a proteção contra competições desleais.
A situação atual representa um momento crucial para a UE. A capacidade de conciliar metas ambientais ambiciosas com a competitividade econômica será testada nas próximas semanas, à medida que os líderes se preparam para definir o futuro da política climática europeia.