- Na cúpula de Bruxelas, a União Europeia não avançou na entrega de ativos russos congelados para apoiar a Ucrânia; a proposta de um empréstimo de 140 bilhões de euros foi barrada, com Bélgica resistindo por abrigar a Euroclear e influenciando a decisão.
- A ideia era usar diretamente os ativos congelados (sem considerar apenas os rendimentos) para um empréstimo a juros zero, mas não houve consenso entre os líderes; a Comissão Europeia deve apresentar novas opções com retorno esperado para dezembro.
- O presidente do Conselho Europeu, António Costa, destacou a urgência de atender às necessidades financeiras da Ucrânia, especialmente para seus esforços militares.
- A posição da Bélgica, liderada pelo primeiro-ministro Bart De Wever, envolve garantias mútuas entre Estados-membros e preocupa-se com responsabilidade compartilhada, principalmente quanto à participação de nações do G7.
- A viabilidade do empréstimo de 45 bilhões de euros anuais entre 2026 e 2028 enfraquece; o orçamento plurianual ainda está em negociação, e as decisões dependem de mais tempo e de trabalho jurídico para encontrar um caminho aceitável.
A União Europeia (UE) não conseguiu avançar na entrega de ativos russos congelados para apoiar a Ucrânia. Durante a cúpula em Bruxelas, a proposta de um empréstimo de 140 bilhões de euros foi barrada, principalmente devido à resistência da Bélgica, que abriga a entidade Euroclear, responsável por esses fundos.
O presidente do Conselho Europeu, António Costa, destacou a urgência de atender às necessidades financeiras da Ucrânia, principalmente em relação a seus esforços militares. A proposta inicial da Comissão Europeia visava utilizar os ativos congelados diretamente, sem considerar apenas os rendimentos, para oferecer um empréstimo a juros zero. Porém, a falta de consenso entre os líderes europeus resultou na decisão de solicitar à Comissão novas opções de apoio financeiro, com um retorno esperado em dezembro.
Resistência da Bélgica
A posição da Bélgica, liderada pelo primeiro-ministro Bart de Wever, é central na discussão. De Wever enfatizou a necessidade de garantias mútuas entre os países da UE, caso surgissem demandas futuras relacionadas ao uso desses ativos. Outros países também expressaram hesitações em relação à responsabilidade compartilhada, especialmente no que diz respeito à participação de nações do G7.
A proposta de empréstimo, que poderia gerar 45 bilhões de euros anuais entre 2026 e 2028, está se tornando menos viável. A UE enfrenta um desafio crescente para financiar as necessidades urgentes da Ucrânia, especialmente antes da implementação do novo orçamento plurianual, que ainda está em negociação. As discussões continuarão, mas, por enquanto, a situação permanece indefinida, exigindo mais tempo e trabalho jurídico para encontrar um caminho que satisfaça todas as partes envolvidas.