- Celso Amorim, assessor especial do presidente Lula, afirma que intervenção externa na Venezuela pode incendiar a América do Sul e não será aceita pelo Brasil.
- Ele critica ataques a embarcações acusadas de tráfico de drogas no Caribe sem provas concretas, dizendo que isso representa ameaça de intervenção externa.
- A questão venezuelana, segundo o assessor, deve ser resolvida pelos venezuelanos, sem interferência de potências externas.
- O tema pode entrar na pauta da reunião entre Lula e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, marcada para 26 de outubro, na Malásia, durante a cúpula da ASEAN.
- Amorim afirma que o Brasil não aceita intervenções armadas ou clandestinas e que o diálogo com os Estados Unidos deve ser pragmático, com foco em interesses econômicos como tarifas sobre carne e café.
Uma possível intervenção externa na Venezuela, especialmente por parte dos Estados Unidos, pode provocar um cenário de instabilidade na América do Sul. Essa afirmação é de Celso Amorim, assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista à AFP. Amorim ressaltou que tais ações não serão aceitas pelo Brasil, que tem adotado uma postura cautelosa em relação às intervenções externas na região.
Amorim expressou preocupação com os ataques americanos a embarcações, acusadas de tráfico de drogas no Caribe, sem que haja provas concretas. Ele classificou essas ações como uma ameaça de intervenção externa, que pode trazer consequências desastrosas para a América do Sul. O assessor destacou que a questão do governo venezuelano deve ser resolvida pelos próprios venezuelanos, sem a interferência de forças externas.
Reunião entre Lula e Trump
O tema da Venezuela pode ser discutido na reunião entre Lula e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, marcada para o próximo domingo, 26 de outubro, na Malásia, durante a cúpula da ASEAN. As relações entre os dois líderes foram tensas recentemente, especialmente após as sanções impostas pelos EUA ao Brasil, em decorrência do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Amorim afirmou que o Brasil não aceita intervenções armadas ou clandestinas, pois isso poderia gerar um ressentimento profundo na região, além de problemas concretos, como o aumento de refugiados. Ele enfatizou que a radicalização política poderia se espalhar por todo o continente, criando um ambiente de instabilidade.
O assessor também apontou que o diálogo entre Brasil e Estados Unidos deve ser pragmático, focando em interesses econômicos e comerciais. A aproximação entre os países é vista como uma oportunidade para discutir questões importantes, como tarifas sobre produtos brasileiros, incluindo carne e café. Amorim acredita que a conversa deve ser prática e sem condicionantes ideológicos, visando um entendimento mútuo.