- As Forças de Apoio Rápido do Sudão (FAR) afirmaram ter capturado El Fasher, última grande cidade de Darfur sob controle do exército, em ataque ocorrido no domingo, 27 de outubro de 2025, sinalizando possível expansão de controle sobre a região.
- A cidade abriga cerca de 260 mil pessoas e vive grave crise humanitária, com bloqueio de ajuda humanitária e construção de um muro de terra de quase sessenta quilômetros ao redor.
- Relatos indicam mortes por malnutrição e violência contra quem tenta fugir, incluindo extorsão e execuções.
- FAR é acusada de cometer atrocidades étnicas; a Rede de Médicos do Sudão mencionou dezenas de civis executados, e um relatório da Universidade de Yale aponta possível captura de prisioneiros. A comunicação em El Fasher está interrompida.
- O controle de El Fasher permite redirecionar forças para a região de Kordofã, fortalecendo a divisão do país e o governo autoproclamado pelos rebeldes liderados por Mohamed Hamdan Dagalo.
As Forças de Apoio Rápido do Sudão afirmaram ter capturado El Fasher, a última grande cidade de Darfur sob controle do exército. O ataque ocorreu no domingo, 27 de outubro de 2025, e marca um novo capítulo na guerra civil que já dura mais de dois anos. A cidade, que abriga aproximadamente 260 mil pessoas, enfrenta uma grave crise humanitária, com relatos de atrocidades contra civis.
Desde abril, os paramilitares intensificaram o cerco a El Fasher, que se tornou um bastião estratégico. A captura da cidade pode consolidar a divisão do Sudão em duas partes, com as Forças de Apoio Rápido buscando expandir seu controle sobre a região de Darfur. A defesa do exército, que ficou enfraquecida após a perda de Jartum, não se pronunciou sobre a situação.
Crise Humanitária
A situação em El Fasher é alarmante. Civis enfrentam escassez de alimentos devido ao bloqueio imposto pelos rebeldes, que construíram um muro de terra de quase 60 quilômetros ao redor da cidade. Grupos locais relatam que as mortes por malnutrição se tornaram comuns, e a violência contra aqueles que tentam escapar é generalizada, incluindo extorsão e execuções.
Além disso, as Forças de Apoio Rápido são acusadas de cometer atrocidades étnicas. A Rede de Médicos do Sudão informou que dezenas de civis foram executados, e um relatório da Universidade de Yale indicou a possível captura de prisioneiros. A comunicação em El Fasher está interrompida, dificultando a avaliação da situação real.
Consequências Regionais
O controle sobre El Fasher permite aos paramilitares redirecionar forças para Kordofán, outra região crítica. A consolidação do poder em Darfur pode reforçar a divisão do país e impulsionar o governo autoproclamado pelos rebeldes, liderado por Mohamed Hamdan Dagalo. A situação continua a evoluir, e o futuro de El Fasher e de seus habitantes permanece incerto.