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Museu de Belas Artes de Boston devolve obras de artista escravizado do século XIX aos herdeiros

MFA Boston devolve dois jarros de Drake aos herdeiros; um fica em empréstimo por dois anos e o outro é recomprado, com certificado de propriedade ética

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Por Revisado por Time de Jornalismo Portal Tela
Pauline Baker, Daisy Whitner, John Williams and Priscilla Williams Carolina, descendants of the artist David Drake, at the Museum of Fine Arts, Boston, with one of the artist’s works, Jar (1857) Artwork: Ethically borrowed from the Dave the Potter Legacy Trust LLC, established for the benefit of the artist's descendants. Photo: © Museum of Fine Arts, Boston
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  • O Museu de Belas Artes de Boston (MFA) concordou em devolver dois jarros de David Drake, datados de 1857, aos seus herdeiros; um ficará em empréstimo por pelo menos dois anos e o outro foi recomprado pela instituição, ambos com certificado de propriedade ética.
  • Drake era potter afro-americano que produziu peças enquanto era escravizado, e suas inscrições são vistas como expressão de resistência.
  • É a primeira vez que o MFA resolve uma reivindicação de propriedade relacionada a obras de arte tomadas sob condições de escravidão.
  • Legado: Drake nasceu por volta de 1800 na Carolina do Sul; o jarro conhecido como Poem Jar, adquirido pelo MFA em 1997, contém uma inscrição sobre exploração financeira, enquanto outro jarro, no Greenville County Museum of Art, expressa angústia pela separação da família.
  • Impacto e futuro: estima-se que existam cerca de 250 jarros de Drake ainda circulando; o mercado por suas obras tem crescido e o movimento de restituição pode inspirar outras instituições a considerar justiça na propriedade artística, com os herdeiros optando por uma abordagem colaborativa.

O Museu de Belas Artes de Boston (MFA) tomou uma decisão histórica ao concordar em devolver dois jarros do artista David Drake, datados de 1857, aos seus herdeiros. Essa ação é um passo significativo na discussão sobre a restituição de obras de arte relacionadas à escravidão e ao saque de bens. Drake, um potter afro-americano, produziu suas peças enquanto era escravizado e é conhecido por suas inscrições poéticas.

Um dos jarros permanecerá em empréstimo ao museu por pelo menos dois anos, enquanto o outro, conhecido como “Poem Jar”, foi recomprado pela instituição por um valor não divulgado. Ambos agora possuem um certificado de propriedade ética, que reconhece a privação involuntária das criações de Drake. Um porta-voz do MFA destacou que essa é a primeira vez que o museu resolve uma reivindicação de propriedade relacionada a obras de arte tomadas sob condições de escravidão.

Legado de David Drake

David Drake nasceu em torno de 1800 na Carolina do Sul e foi um dos poucos potters afro-americanos a assinar suas obras. Suas inscrições em jarros, que muitas vezes abordam sua vida e as condições de trabalho, são vistas como atos de resistência. O “Poem Jar”, adquirido pelo MFA em 1997, contém uma inscrição que reflete sua exploração financeira. Outro jarro, atualmente no Greenville County Museum of Art, expressa sua angústia pela separação de sua família.

Os descendentes de Drake, incluindo o autor Yaba Baker, expressaram que a restituição representa um fechamento emocional e um reconhecimento do legado do artista. Desde 2022, a família tem se organizado para preservar a memória de Drake, criando o David Drake Legacy Trust, que busca incluir mais membros da família e ampliar a conscientização sobre sua história.

Impacto e Futuro

A decisão do MFA Boston pode ter repercussões significativas. Estima-se que existam cerca de 250 jarros de Drake ainda em circulação, e o mercado por suas obras tem crescido, com museus competindo por peças. O movimento de restituição liderado pelo MFA pode inspirar outras instituições a considerar a justiça na propriedade de arte relacionada à escravidão. A abordagem colaborativa dos herdeiros, sem litígios, visa promover um diálogo sobre a história e a justiça na arte.

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