- A Indonésia vive um momento de recuperação da cena artística após protestos anticorrupção. O Art Jakarta 2025 ocorreu de 3 a 5 de outubro, com debates sociopolíticos e presença de galerias como a Ara Contemporary, refletindo incertezas econômicas e sociais.
- A Ara Contemporary estreou no Art Jakarta com obras provocativas, incluindo uma fotografia manipulada de Sukarno ao lado de Marilyn Monroe, vendida por 4 mil dólares, e vendeu 70% de sua coleção no primeiro dia, atraindo colecionadores de várias partes da Ásia.
- O artista Irfan Hendrian apresentou instalações que referenciam os tumultos anticorrupção de 1998. O coletivo ruangrupa celebra 25 anos com a mostra ruru25: Poros Lumbung, em festival de música ligado ao evento, com Farid Rakun destacando a necessidade de engajar a juventude.
- O governo chegou a blacklistar membros do ruangrupa, em meio a tensões políticas, mas o Ministério da Cultura apoiou a exposição. O ministro Fadli Zon busca posicionar a Indonésia como centro cultural global, embora haja críticas à ênfase em heranças culturais.
- Além do Art Jakarta, iniciativas como o Golden Indonesia 2045 visam revitalizar a cena local e atrair curadores internacionais, com a participação de instituições como o Museu de Arte Mori e a Fundação de Arte Sharjah para ampliar o reconhecimento global da Indonésia.
A cena artística da Indonésia está se reerguendo após uma série de protestos anticorrupção que marcaram o país nas últimas semanas. O evento Art Jakarta 2025, realizado de 3 a 5 de outubro, serviu como um termômetro para o mercado de arte local, que enfrenta um momento de incerteza econômica e social. Com a presença de galerias, como a Ara Contemporary, o evento trouxe à tona debates sobre a situação sociopolítica do país.
Os protestos, que também se espalharam por outras nações, deixaram cicatrizes na população. Tandio, um dos artistas locais, comentou sobre a vocalização da cena artística durante os tumultos, que incluiu doações e participação em manifestações. Ele destacou que a arte se tornou uma forma de resistência e solidariedade entre os cidadãos. O espírito de união foi evidente, com muitos artistas criando cartazes digitais para expressar suas opiniões.
Artistas e Iniciativas
A Ara Contemporary, uma nova galeria, fez sua estreia no Art Jakarta com obras provocativas, incluindo uma fotografia manipulada de Sukarno ao lado de Marilyn Monroe, vendida por 4 mil dólares. A galeria conseguiu vender 70% de sua coleção no primeiro dia, atraindo colecionadores de diversas partes da Ásia. Outro destaque foi o artista Irfan Hendrian, que apresentou instalações que fazem referência aos tumultos antiétnicos de 1998.
O coletivo ruangrupa, que celebra seus 25 anos, também esteve presente com a exposição ruru25: Poros Lumbung, em um festival de música adjacente ao evento. Farid Rakun, membro do coletivo, comentou sobre o impacto dos protestos e a necessidade de engajar a juventude, que não viveu os eventos de 1998. A programação incluiu atividades interativas que promoviam o engajamento sociopolítico.
Apoio Governamental e Desafios
Apesar do apoio estatal ao turismo e à cultura, membros do ruangrupa foram blacklistados pelo novo governo, que se opõe a suas visões. No entanto, o ministério da cultura patrocinou a exposição, refletindo uma tensão entre as iniciativas culturais e a política atual. A nova administração, liderada pelo ministro Fadli Zon, busca posicionar a Indonésia como um centro cultural global, mas enfrenta críticas por sua abordagem focada apenas em heranças culturais.
O Art Jakarta e outras iniciativas, como o Golden Indonesia 2045, têm como objetivo revitalizar a cena artística local e atrair curadores internacionais. A presença de instituições renomadas, como o Museu de Arte Mori e a Fundação de Arte Sharjah, indica um esforço para colocar a Indonésia no mapa cultural global, apesar dos desafios políticos e sociais que persistem.