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Pressões aumentam e Emirados Árabes avaliam romper com milícia RSF no Sudão

Emirados Árabes Unidos admite erro na política sudanesa, distanciando-se do RSF e defendendo retorno a governo civil e mediação internacional

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Por Revisado por Time de Jornalismo Portal Tela
Displaced women and children from El Fasher at a camp in Tawila on Monday. Photograph: AP
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  • A Emiras Árabes Unidos reconheceu erros em sua política no Sudão, especialmente por apoiar o RSF e não impor sanções aos líderes do golpe de 2021; o golpe levou à derrubada do governo civil de transição e a conflitos começados em 2023, conforme ressaltado por Anwar Gargash.
  • Os Emirados, que já apoiaram governos militares, dizem buscar distanciar-se do RSF e defender retorno a governo civil; em conferência realizada no Bahrein, Gargash destacou a necessidade de mediação internacional.
  • O recuo dos EAU ocorre em meio a críticas de que tanto RSF quanto o exército mostraram-se inadequados para moldar o futuro do país; o cenário reforça o papel da mediação externa.
  • Yasmine Ahmed, da Human Rights Watch, afirmou que a posição dos Emirados será testada pela cooperação com o painel da ONU que supervisiona o embargo de armas ao Sudão; cresce a pressão internacional por sanções e pelas iniciativas do Quad.
  • Mesmo buscando distanciar-se do RSF, os Emirados enfrentam o dilema de manter influência nos recursos naturais do Sudão; o futuro depende de equilibrar interesses estratégicos com a pressão por governança civil.

A Emirados Árabes Unidos (EAU) reconheceu erros em sua política em relação ao Sudão, especialmente no que diz respeito ao apoio ao Grupo de Apoio Rápido (RSF), uma milícia envolvida em massacres em El Fasher. Anwar Gargash, enviado diplomático sênior dos EAU, admitiu que a não imposição de sanções aos líderes do golpe de 2021 foi um “erro crítico”. O golpe resultou na derrubada do governo civil de transição e no início de um conflito civil em 2023.

Os EAU, que anteriormente apoiaram governos militares no Sudão, agora buscam distanciar-se do RSF e promover um retorno à governança civil. Durante uma conferência em Bahrain, Gargash destacou a necessidade de uma mediação internacional e a urgência de restabelecer um governo civil, reconhecendo que tanto o RSF quanto o exército se desqualificaram para moldar o futuro do país.

Mudanças na Política dos EAU

O reconhecimento dos erros é um marco significativo, considerando que os EAU, junto com a Arábia Saudita, tentaram marginalizar o governo civil após a queda do regime de Omar al-Bashir em 2019. A falta de apoio financeiro ao governo civil contribuiu para a instabilidade, culminando no golpe de 2021 e na atual crise humanitária.

Yasmine Ahmed, diretora da Human Rights Watch no Reino Unido, afirmou que a sinceridade dos EAU em romper com o RSF será testada pela cooperação com o painel de especialistas da ONU que supervisiona o embargo de armas ao Sudão. A pressão internacional está crescendo, com exigências para que os EAU colaborem com as sanções da ONU e as iniciativas do Quad, um grupo de mediação que inclui os EUA, Arábia Saudita e Egito.

Os EAU enfrentam um dilema: enquanto buscam distanciar-se do RSF, a milícia ainda é vista como crucial para seus interesses estratégicos no Sudão, especialmente no acesso a recursos naturais. O futuro da política dos EAU em relação ao Sudão dependerá de sua capacidade de equilibrar esses interesses com a pressão internacional por um retorno à governança civil.

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