- Escândalos de espionagem envolvendo Hungria e União Europeia ganham força, com alegações de uma rede que atuou entre 2012 e 2018 e possível envolvimento do comissário Olivér Várhelyi; denúncias divulgadas pelo portal húngaro Direkt36 e investigação da UE em curso.
- Os agentes operavam na representação permanente da Hungria em Bruxelas, buscando informações confidenciais e documentos sensíveis de interesse do governo do primeiro-ministro Viktor Orbán.
- Um tenente-coronel disfarçado em Bruxelas tentou recrutar funcionários europeus oferecendo favores e contratos; alguns envolvidos teriam sido recrutados sem identificar o objetivo.
- A União Europeia intensificou a investigação após as denúncias, com a presidenta Ursula von der Leyen questionando Várhelyi sobre seu possível vínculo com as atividades. O governo húngaro nega as acusações, chamando-as de campanha de desprestígio.
- O caso ocorre em um contexto de relações tensas entre Hungria e UE, marcadas por políticas consideradas autoritárias e por sanções e congelamento de fundos; especialistas pedem medidas firmes, incluindo encaminhamento ao Tribunal de Justiça.
Escândalos de espionagem envolvendo a Hungria e a União Europeia (UE) estão em ascensão, com novas alegações sobre uma rede de espiões que operou entre 2012 e 2018. Investigações da Comissão Europeia estão em andamento, com foco no comissário húngaro Olivér Várhelyi, que pode ter conhecimento das atividades ilícitas. As acusações, reveladas pelo meio húngaro Direkt36, indicam que agentes de inteligência usaram coberturas diplomáticas para recrutar funcionários da UE.
Os espiões, que atuavam sob a representação permanente da Hungria em Bruxelas, buscavam informações confidenciais e documentos sensíveis de interesse do governo do primeiro-ministro Viktor Orbán. A investigação da Comissão Europeia se intensificou após a divulgação das denúncias, levando a presidenta Ursula von der Leyen a questionar Várhelyi sobre seu envolvimento.
Detalhes da Operação
Os agentes, como um tenente-coronel que operava disfarçado em Bruxelas, tentaram recrutar funcionários europeus oferecendo favores e contratos. Um dos envolvidos relatou que, apesar de saber que o agente era um oficial de inteligência, não imaginava que fosse alvo de recrutamento. Outros relatos indicam que alguns espiões conseguiram infiltrar-se nas instituições comunitárias, levantando preocupações sobre a segurança interna da UE.
A resposta do governo húngaro foi de negação das acusações, chamando-as de uma “campanha de desprestigio”. Contudo, a situação se agrava com a pressão crescente de acadêmicos e especialistas, que exigem a renúncia de Várhelyi para proteger a integridade da Comissão Europeia. Eles pedem que a liderança da UE tome medidas rigorosas, incluindo a possibilidade de encaminhar o caso ao Tribunal de Justiça.
Contexto Político
A Hungria, sob a liderança de Orbán, enfrenta tensões com a UE devido a políticas consideradas autoritárias e violações de direitos humanos. Esta relação conturbada tem levado a sanções e congelamento de fundos europeus. O escândalo de espionagem não apenas destaca a fragilidade das relações entre a Hungria e a UE, mas também levanta questões sobre a segurança das instituições europeias frente a ações de espionagem entre aliados.