- A escalada militar dos Estados Unidos na costa da Venezuela envolve envio de navios de guerra e cerca de dez mil militares, com a justificativa de combate ao narcotráfico, mas há visão de que o objetivo é derrubar Nicolás Maduro, incluindo o porta-aviões USS Gerald R. Ford.
- A comparação com a invasão do Panamá em 1989, a Operação Just Cause, é frequente; naquela ocasião mais de vinte e cinco mil soldados foram mobilizados, e hoje parte da frota está na região com bombardeiros e forças especiais atuantes no entorno, em operações que resultaram em mais de sessenta mortes em ataques a barcos suspeitos.
- Michael Durant, ex-piloto do Exército dos Estados Unidos, relembra a intensidade da invasão do Panamá e questiona se vale a pena arriscar tudo novamente, observando que, diferentemente de 1989, não há presença militar significativa dos EUA na Venezuela.
- A percepção pública diverge: pesquisa da YouGov aponta que quase cinquenta por cento dos americanos se opõem ao uso de força para derrubar Maduro, enquanto dezoito por cento apoiam a intervenção, destacando a complexidade geopolítica da região.
- Figuras políticas divergem: Leopoldo López, exilado, apoia ação militar, enquanto aliados de Trump expressam cautela sobre consequências históricas; a tensão na região segue, com incertezas sobre o futuro político da Venezuela e a postura dos Estados Unidos.
A recente escalada militar dos Estados Unidos na costa da Venezuela evoca memórias da invasão do Panamá em 1989, quando a Operação Just Cause foi realizada para depor o general Manuel Noriega. Desde agosto, o ex-presidente Donald Trump ordenou o envio de uma significativa força militar à região, incluindo o porta-aviões USS Gerald R. Ford e cerca de 10.000 soldados. A justificativa oficial é uma operação contra o narcotráfico, mas muitos acreditam que o objetivo real é derrubar o presidente Nicolás Maduro.
Michael Durant, ex-piloto do Exército dos EUA, recorda a intensidade da invasão do Panamá e expressa dúvidas sobre a eficácia de uma nova intervenção militar. “Temos uma capacidade tremenda, mas vale a pena arriscar tudo isso?” questiona. Ele observa que, ao contrário de 1989, os EUA não têm uma presença militar significativa na Venezuela, o que levanta questões sobre a capacidade das forças armadas de Maduro em resistir a um ataque.
A Comparação com o Passado
A comparação entre a situação atual e a operação de 1989 é inevitável. Durante a invasão do Panamá, mais de 25.000 soldados americanos foram mobilizados. Agora, uma fração significativa da marinha dos EUA está posicionada na região, com bombardeiros B-52 e forças especiais visíveis ao largo da costa venezuelana. A operação contra o narcotráfico resultou em mais de 60 mortes em ataques a barcos suspeitos.
Entretanto, a ideia de uma nova intervenção militar não é unânime. Uma pesquisa recente da YouGov revela que quase 50% dos americanos se opõem ao uso de força militar para derrubar Maduro, enquanto apenas 18% apoiam essa ação. A complexidade geopolítica da Venezuela, que é doze vezes maior que o Panamá, e a incerteza sobre a lealdade das forças armadas locais adicionam camadas de dificuldade à discussão sobre uma possível intervenção.
Opiniões Divergentes
Figuras políticas como Leopoldo López, exilado e crítico de Maduro, manifestaram apoio a uma ação militar, enquanto outros, incluindo apoiadores de Trump, levantam preocupações sobre as consequências históricas de guerras de mudança de regime. “Nunca funciona, mas aparentemente estamos fazendo isso novamente,” disse Tucker Carlson, refletindo sobre o histórico dos EUA em intervenções militares.
As tensões na região continuam a crescer, com o futuro da Venezuela e a possibilidade de uma nova operação militar dos EUA pairando no ar. A situação exige atenção, pois as decisões tomadas agora podem ter repercussões significativas para a América Latina e para a política externa dos Estados Unidos.