- Disputa diplomática entre Brasil e Paraguai envolve o canhão El Cristiano, troféu da Guerra do Paraguai (1864-1870) fundido com bronze de sinos paraguaios e hoje exposto no Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro; o Paraguai busca a devolução como reparação histórica.
- Reuniões entre diplomatas e representantes legislativos dos dois países envolvem o governo brasileiro, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva dando prioridade ao caso; propostas incluem destombamento, restituição via memorial da reconciliação ou troca de artefatos, sujeitas à aprovação do Congresso.
- Contexto histórico: o canhão foi utilizado na Batalha de Curupaiti, em mil seiscentos e sessenta e seis; para o Paraguai, a devolução representa reparação significativa; Edgar Martínez, diretor da Universidad de Misiones, reforçou a importância de resolver a questão.
- Em encontro realizado no Itamaraty, mediado pelo deputado Ronaldo Nogueira, a embaixadora Gisela Padovan reconheceu a guerra como uma “mancha na história” e destacou o interesse de reaver itens do conflito, como canhoneiras paraguaias.
- Desdobramentos: o Paraguai tenta a repatriação há quinze anos; tentativas anteriores, como a declaração do Senado paraguaio em mil quinhentos e quinze, não avançaram; em mil duascentos e vinte e três, o presidente paraguaio Santiago Peña reiterou a reivindicação; o tombamento pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em mil novecentos noventa e oito é o entrave, já que o destombamento depende do presidente, e a proposta de memorial da reconciliação busca equilibrar memória militar brasileira com reparação histórica para o Paraguai.
Uma disputa diplomática entre Brasil e Paraguai está em andamento em relação ao canhão El Cristiano, um troféu da Guerra do Paraguai (1864-1870). O artefato, fundido com bronze de sinos de igrejas paraguaias, foi trazido ao Brasil após a guerra e atualmente está exposto no Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro. O governo paraguaio busca a devolução do canhão como parte de uma reparação histórica.
Recentemente, diplomatas e representantes legislativos de ambos os países se reuniram para discutir soluções. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva prioriza o caso, que envolve propostas como o destombamento do canhão, a restituição por meio de um memorial da reconciliação ou a troca de artefatos. Essas opções devem ser aprovadas pelo Congresso.
Contexto Histórico
O canhão El Cristiano foi utilizado na Batalha de Curupaiti em 1866, simbolizando a resistência paraguaia. Para os paraguaios, sua devolução representa um gesto importante de reparação. Edgar Martínez, diretor da Universidad de Misiones, enfatizou a importância de resolver essa questão, afirmando que o Brasil não reconhece os danos causados durante a guerra.
Na semana passada, uma reunião no Itamaraty, mediada pelo deputado Ronaldo Nogueira, discutiu os próximos passos. A embaixadora Gisela Padovan reconheceu que a guerra é uma “mancha na história” e destacou o interesse do Brasil em reaver itens do conflito, como canhoneiras paraguaias.
Desdobramentos e Desafios
O Paraguai tenta há 15 anos a repatriação do canhão. Tentativas anteriores, como a declaração do Senado paraguaio em 2015, não resultaram em avanços significativos. Em 2023, o presidente paraguaio Santiago Peña reiterou a reivindicação, mas sem sucesso.
O tombamento do canhão pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1998 é um entrave crucial. O destombamento, que só pode ser feito pelo presidente, é o primeiro passo necessário antes de qualquer doação. A proposta de um memorial da reconciliação visa equilibrar a preservação da memória militar brasileira com a reparação histórica para o Paraguai.