- Viktor Orbán esteve em Washington na última sexta-feira, 7 de novembro de 2025, buscando apoio de Donald Trump em relação às sanções contra o petróleo russo, em meio a tensões entre Hungria, União Europeia e Ucrânia.
- No Salão Oval, o primeiro-ministro húngaro interrompeu Trump diversas vezes e sugeriu que a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, trabalhasse para ele na Hungria, sinalizando coordenação para favorecer interesses húngaros diante das sanções.
- Orbán definiu a Hungria como “ilha de diferença em um oceano liberal” na Europa e afirmou que é “o único governo na Europa que se considera um governo cristão moderno”, discurso que recebeu elogios de Trump.
- A prioridade é obter isenção das sanções sobre o petróleo russo para evitar sanções secundárias que prejudicariam a economia húngara, fortemente dependente desse recurso.
- Desafios atuais incluem a possível reeleição de Orbán em 2026, tensões com a Ucrânia e a oposição, além de divergências sobre a guerra na Ucrânia que podem impactar as relações com os EUA.
Viktor Orbán, primeiro-ministro da Hungria, esteve em Washington na última sexta-feira, 7 de novembro de 2025, buscando o apoio do ex-presidente Donald Trump em relação às sanções contra o petróleo russo. A visita ocorreu em meio a um contexto de tensões entre a Hungria, a União Europeia e a Ucrânia. Orbán, autodenominado líder conservador, aproveitou a oportunidade para reforçar sua imagem de aliado dos Estados Unidos.
Durante o encontro no Salão Oval, Orbán interrompeu Trump em diversas ocasiões, demonstrando sua intenção de barganhar. Ele chegou a sugerir que a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, trabalhasse para ele na Hungria. A interação incluiu elogios mútuos e uma clara coordenação política entre os dois, com o objetivo de favorecer os interesses húngaros diante das sanções americanas.
Relações Bilaterais
Orbán destacou a Hungria como uma “ilha de diferença em um oceano liberal” na Europa, buscando alinhar-se ao discurso nacionalista cristão que ressoa com a base de Trump. O primeiro-ministro declarou: “Somos o único governo na Europa que se considera um governo cristão moderno”. Esse apelo à identidade conservadora foi bem recebido por Trump, que elogiou Orbán, afirmando que ele é respeitado e querido.
A relação entre os dois líderes se intensificou em meio à necessidade de Orbán de garantir uma isenção das sanções sobre o petróleo russo, uma questão crítica para a economia húngara, que depende fortemente desse recurso. Sem essa isenção, a Hungria poderia enfrentar sanções secundárias dos EUA, prejudicando suas finanças.
Desdobramentos e Desafios
A visita ocorre em um momento delicado para Orbán, que enfrenta a possibilidade de uma reeleição em 2026, com a oposição ganhando força nas pesquisas. Apesar do clima positivo no encontro, a situação interna na Hungria e as tensões com a Ucrânia permanecem como desafios. Orbán, que sempre se opôs ao presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy, busca apoio em Washington para contornar essas dificuldades.
Enquanto isso, a retórica de Orbán sobre a guerra na Ucrânia e a influência dos EUA na Europa continua a ser um ponto de discórdia. O primeiro-ministro argumentou que, se Trump estivesse no poder, a guerra não teria ocorrido, uma afirmação que diverge da visão de muitos líderes europeus. O futuro das relações entre a Hungria e os EUA dependerá agora das decisões que serão tomadas em resposta às demandas de Orbán.