- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, abriu a possibilidade de a Hungria continuar comprando petróleo e gás da Rússia, atendendo a pedido de Viktor Orbán, em reunião na Casa Branca.
- Trump disse que é complicado para Orbán buscar alternativas porque a Hungria não tem acesso ao mar, e comentou que outros países europeus com portos compram combustíveis russos.
- O republicano não descartou retomar a cúpula com Vladimir Putin em Budapeste; a reunião ocorreria se for realizada, disse.
- Governistas mantêm posição ambígua sobre novas sanções; medidas contra Rosneft e Lukoil devem entrar em vigor em 21 de novembro, e Orbán pediu exceção.
- Orbán, que depende de petróleo russo para cerca de eighty-six por cento de suas importações, busca manter laços com os EUA para evitar impactos econômicos, em um contexto de eleições parlamentares em abril de 2026.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, manifestou abertura para que a Hungria continue comprando petróleo e gás da Rússia, conforme solicitado pelo primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán. A conversa ocorreu na Casa Branca, com a guerra na Ucrânia e as sanções contra Moscou em foco. Trump afirmou que é complicado para Orbán buscar alternativas, uma vez que Hungria não possui acesso ao mar. O republicano também mencionou que outros países europeus, que têm acesso a portos, estão adquirindo combustíveis russos.
Além disso, Trump não descartou a possibilidade de retomar a cúpula com o presidente russo, Vladimir Putin, em Budapeste. Essa reunião havia sido previamente cancelada devido à falta de flexibilidade de Moscou em discutir um cessar-fogo na Ucrânia. “Se a realizarmos, gostaria que fosse em Budapeste”, declarou Trump.
Relações Hungria-EUA
A relação entre Trump e Orbán é marcada por uma visão compartilhada sobre governança. O primeiro-ministro húngaro, que já havia se encontrado com Trump em 2019, busca fortalecer os laços com os EUA após um período de tensão sob a administração do democrata Joe Biden. Durante a reunião, Trump levantou algumas sanções impostas a empresas húngaras e discutiu novas medidas contra a Rosneft e a Lukoil, que entrarão em vigor em 21 de novembro.
Orbán, que depende fortemente do petróleo russo — cerca de 86% de suas importações de petróleo vêm da Rússia —, enfrenta um cenário desafiador com as próximas eleições parlamentares em abril de 2026. A possibilidade de sanções secundárias por continuar as compras de energia russa pode impactar negativamente sua já fragilizada economia. O primeiro-ministro húngaro já solicitou uma exceção para evitar essas sanções, ressaltando sua amizade com Trump.
Desdobramentos e Implicações
A visita de Orbán à Casa Branca é vista como uma oportunidade para ele se posicionar como um líder respeitado internacionalmente, especialmente em um momento em que seu partido, Fidesz, enfrenta desafios nas urnas. A aproximação com Trump e a possibilidade de diálogo com Putin refletem uma estratégia de Orbán para equilibrar suas relações internacionais e garantir os interesses energéticos da Hungria.