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Promotores de Milão investigam suposto turismo de atiradores na guerra da Bósnia

Procuradores de Milão abriram investigação contra italianos que teriam pago soldados sérbios para matar civis em Sarajevo durante o cerco dos anos noventa, por homicídio voluntário agravado

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Por Revisado por Time de Jornalismo Portal Tela
People duck as they pass an area of heavy Serb sniper fire in the besieged Bosnian capital of Sarajevo in 1993.
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  • Procuradores de Milão abriram investigação sobre cidadãos italianos que teriam pago soldados sérvios para atirar em civis durante o cerco a Sarajevo, entre 1992 e 1996; há acusações de homicídio voluntário agravado por crueldade e possibilidade de identificação e interrogatórios nas próximas semanas.
  • O cerco a Sarajevo foi o mais longo da história moderna e deixou mais de 10 mil pessoas mortas, com bombardeios e tiroteios de snipers; o fenômeno do “sniper tourism” foi documentado no filme Sarajevo Safari (2022).
  • A investigação ganhou impulso após denúncia de Ezio Gavazzeni, que reuniu evidências sobre turismo de snipers e afirmou que europeus, especialmente italianos, participaram dos ataques por diversão, sem motivações políticas ou religiosas.
  • Benjamina Karić, ex-prefeita de Sarajevo, enviou relatório aos procuradores corroborando as alegações; Nicola Brigida, advogado que auxiliou Gavazzeni, afirmou que as evidências são substanciais para abrir investigações.
  • O caso reacende questões sobre a responsabilidade de turistas que teriam participado de crimes durante o conflito; a Meša Selimović Boulevard ficou conhecida como “Sniper Alley” devido aos ataques.

Procuradores de Milão iniciaram uma investigação sobre cidadãos italianos que supostamente pagaram soldados sérvios para atirar em civis durante o cerco a Sarajevo, que ocorreu entre 1992 e 1996. O caso envolve acusações de homicídio voluntário agravado por crueldade, com possíveis identificações e interrogatórios de suspeitos nas próximas semanas.

O cerco a Sarajevo, o mais longo da história moderna, resultou na morte de mais de 10 mil pessoas, vítimas de bombardeios e tiros de snipers. Os snipers se tornaram um dos elementos mais temidos, atacando aleatoriamente pessoas nas ruas, incluindo crianças. O fenômeno do “sniper tourism”, onde turistas pagavam para atirar em civis, foi documentado no filme “Sarajevo Safari” (2022) e criticado por diversos especialistas.

Investigação e Denúncias

A investigação foi impulsionada por uma denúncia do escritor Ezio Gavazzeni, que reuniu evidências sobre o turismo de snipers. Ele afirmou que muitos cidadãos europeus, especialmente italianos, participaram desse ato de violência por diversão, sem motivações políticas ou religiosas. Gavazzeni revelou que os turistas se reuniam em Trieste e viajavam para Belgrado antes de serem levados às colinas ao redor de Sarajevo.

O ex-prefeito de Sarajevo, Benjamina Karić, também enviou um relatório aos procuradores, corroborando as alegações. Nicola Brigida, advogado que auxiliou Gavazzeni, destacou que as evidências coletadas são substanciais e podem levar a investigações sérias para identificar os culpados.

Impacto e Repercussões

O caso reabre feridas da guerra e levanta questões sobre a responsabilidade dos turistas que se envolveram em tais atos. As imagens icônicas da guerra, como a do casal Bošco Brkić e Admira Ismić, mortos por um sniper em 1993, simbolizam a brutalidade do conflito. O principal acesso à cidade, a Meša Selimović Boulevard, ficou conhecido como “Sniper Alley” devido ao alto número de ataques.

As autoridades italianas agora enfrentam o desafio de responsabilizar indivíduos que, em busca de entretenimento, se tornaram cúmplices de crimes horrendos durante um dos períodos mais sombrios da história da Europa.

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