- O governo da Sérvia firmou uma joint venture com a Atlantic Incubation Partners, controlada por Jared Kushner, para um complexo hoteleiro em Belgrado no local do antigo QG das forças armadas, com demolição de edificações e proteção histórica, acelerado por decreto.
- Documentos vazados indicam que Kushner fica com setenta e sete vírgula cinco por cento da joint venture, e o governo sérvio com vinte e dois vírgula cinco por cento, além de aluguel gratuito de noventa e nove anos com opção de compra.
- O prazo para preparar o terreno é até maio de dois mil e vinte e quatro, sob risco de rescisão contratual e custos associados.
- A lei especial para acelerar o projeto intensificou as manifestações contra o empreendimento; estudantes formaram uma cadeia humana para destacar a importância histórica do local, bombardeado pela Otan em mil novecentos noventa e nove.
- A tensão com a mídia independente cresce após declarações do ministro da Informação sobre canais como N1 e Radio Free Europe, provocando críticas da Comissão Europeia; as sanções dos Estados Unidos sobre a empresa de petróleo NIS aumentam a pressão sobre o governo sérvio.
O governo da Sérvia firmou uma joint venture com a Atlantic Incubation Partners, empresa controlada por Jared Kushner, para desenvolver um complexo hoteleiro em Belgrado. O projeto, que envolve o local do antigo QG das forças armadas, prevê a demolição de edificações existentes e a proteção histórica do sítio. A decisão foi acelerada por um decreto legislativo, gerando protestos estudantis contra corrupção.
Documentos vazados indicam que Kushner detém 77,5% da joint venture, enquanto o governo sérvio fica com 22,5%. O acordo também inclui um aluguel gratuito de 99 anos com a opção de compra. O prazo para preparar o terreno é até maio de 2024, sob risco de rescisão contratual, o que geraria custos significativos.
Aceleração do Projeto
A recente aprovação de uma lei especial para acelerar o empreendimento intensificou as manifestações contra o projeto. Estudantes e ativistas formaram uma cadeia humana em protesto, destacando a importância histórica do local, que foi bombardeado pela Otan em 1999. A área é também considerada um marco da arquitetura moderna da antiga Iugoslávia.
As tensões aumentam com a mídia independente, que enfrenta ameaças de fechamento por parte do governo. O ministro da Informação, Boris Bratina, declarou que canais como N1 e Radio Free Europe não deveriam operar no país, provocando críticas da Comissão Europeia, que defende a mídia livre como um pilar da democracia.
A situação se complica ainda mais devido a sanções dos Estados Unidos sobre a empresa de petróleo NIS, controlada em parte pela Gazprom. Isso coloca o governo sérvio sob pressão, enquanto busca apoio da administração Trump em meio a um cenário de crescente descontentamento popular.