- A Cúpula dos Povos, evento paralelo à COP30, encerrou-se em Belém no domingo, 16, com cerca de 70 mil participantes e um apelo de Raoni Metuktire pela defesa da Terra e pelo fim das guerras e da destruição ambiental.
- Raoni lembrou que, há décadas, alerta para as mudanças climáticas e para a degradação dos modos de vida tradicionais, pedindo continuidade da missão de defender a vida da Terra.
- A carta final critica falsas soluções para a crise climática, pede reforma agrária, demarcação de terras indígenas, fim do uso de combustíveis fósseis e maior participação dos povos na construção de soluções, valorizando saberes ancestrais.
- O documento foi entregue ao presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, que se comprometeu levá-lo às reuniões de alto nível. A carta também aponta o capitalismo como principal causador da crise climática e seus impactos nas comunidades periféricas.
- Entre as ações, houve repúdio ao fascismo e às guerras, defesa do povo palestino e condenação aos bombardeios em Gaza; as organizações ressaltaram as interferências militares dos Estados Unidos na América Latina e indicaram a barqueata pela Amazônia, destacando a participação popular na COP30.
A Cúpula dos Povos, evento paralelo à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), encerrou-se neste domingo, 16, em Belém, com um forte apelo do cacique Raoni Metuktire. O líder indígena destacou a importância da luta contínua pela defesa da Terra, enfatizando a necessidade de combater as guerras e a destruição ambiental que afetam os povos originários.
Durante a cúpula, Raoni lembrou que há décadas alerta sobre as mudanças climáticas e a degradação dos modos de vida tradicionais. “Peço a todos que possamos dar continuidade a essa missão de defender a vida da Terra”, afirmou. O evento contou com a participação de cerca de 70 mil pessoas, representando uma diversidade de movimentos sociais, indígenas e comunidades tradicionais.
Carta Final e Demandas
No encerramento, foi lida uma carta final que critica as chamadas “falsas soluções” para a crise climática. O documento pede reforma agrária, demarcação de terras indígenas e o fim do uso de combustíveis fósseis. Além disso, destaca a necessidade de maior participação dos povos na construção de soluções climáticas, reconhecendo saberes ancestrais como fundamentais.
A carta foi entregue ao presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, que prometeu levá-la às reuniões de alto nível da conferência. O texto também denuncia o papel do capitalismo como principal causador da crise climática, chamando a atenção para os impactos desproporcionais nas comunidades periféricas.
Críticas às Guerras e Imperialismo
Os participantes da cúpula expressaram repúdio ao avanço do fascismo e às guerras, fazendo uma defesa explícita do povo palestino e condenando os bombardeios em Gaza. O documento ainda critica ações imperialistas, como as intervenções militares dos Estados Unidos na América Latina, que ameaçam a soberania dos povos.
O evento, que começou no dia 12, foi marcado por uma série de mobilizações e manifestações, incluindo uma “barqueata” em defesa da Amazônia. Os organizadores ressaltaram que a cúpula representa o maior espaço de participação social da COP30, evidenciando a necessidade de inclusão das vozes populares nas discussões sobre mudanças climáticas.