- O ministro da Agricultura da Itália, Francesco Lollobrigida, pediu investigação imediata após encontrar molhos de carbonara à venda no supermercado do Parlamento Europeu, com pancetta inadequada e cebolas de Calábria.
- A polêmica envolve rótulos enganosos: Lollobrigida afirmou que a carbonara verdadeira leva guanciale, não pancetta.
- A venda dos produtos, que trazem bandeira italiana nas embalagens, gerou críticas sobre a autenticidade dos itens oferecidos na Europa; o ministro é integrante do partido Irmãos da Itália.
- A Itália luta contra o fenômeno conhecido como “italian sounding”; a associação Coldiretti estima que o país perde cerca de € 120 bilhões por ano com esse tipo de prática, e afirma que mais de dois terços dos produtos agroalimentares italianos no mercado global são falsificados.
- Embora os molhos não digam ser produzidos na Itália, usam ingredientes italianos; a Itália aguarda decisão da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) sobre inclusão de sua culinária na lista de patrimônio imaterial, prevista para dezembro.
O ministro da Agricultura da Itália, Francesco Lollobrigida, solicitou uma investigação imediata após encontrar molhos de carbonara à venda no supermercado do Parlamento Europeu. A polêmica surgiu quando os produtos continham pancetta inadequada e cebolas de Calábria, o que gerou críticas sobre rótulos enganosos.
Lollobrigida, membro do partido Irmãos da Itália, expressou sua indignação nas redes sociais. Ele destacou que a verdadeira carbonara é feita com guanciale, e não com a pancetta mencionada nos rótulos. A venda desses produtos, que incluem uma bandeira italiana em suas embalagens, levanta questões sobre a autenticidade dos alimentos oferecidos na Europa.
A Luta Contra o “Italian Sounding”
A Itália tem se esforçado para combater o fenômeno conhecido como “italian sounding”, que se refere a alimentos que dão a impressão de serem italianos, mas não são. Segundo a associação de agronegócios Coldiretti, essa prática custa ao país cerca de €120 bilhões anualmente. A entidade afirma que mais de dois terços dos produtos agroalimentares italianos no mercado global são falsificados.
Embora os molhos encontrados no Parlamento Europeu não aleguem ser produzidos na Itália, eles utilizam ingredientes italianos, o que pode confundir os consumidores. A situação ocorre em um momento em que a Itália aguarda a decisão sobre a inclusão da sua culinária na lista de patrimônio cultural imaterial da Unesco, prevista para dezembro.
A questão dos rótulos enganosos e a luta contra produtos falsificados são temas recorrentes no debate sobre a proteção da cultura e da gastronomia italiana. A pressão para garantir a autenticidade dos produtos alimentares continua a ser uma prioridade para o governo italiano.