- Gaza pode enfrentar inverno severo que ameaça milhares de deslocados, com abrigo, alimento e água precários na costa sul.
- Cerca de quinhentas mil pessoas estão abrigadas em acampamentos improvisados, em condições sem infraestrutura adequada. Sabah al-Breem, 62 anos, diz que a moradia temporária foi destruída pela tempestade e que tudo desabou.
- As condições sanitárias são alarmantes: há falta de tendas, infiltrações e acúmulo de água; a ausência de drenagem e a superlotação aumentam o risco de doenças, segundo Mohammed Madhoun.
- A ajuda humanitária, embora tenha aumentado, continua insuficiente; itens como tendas e materiais de construção enfrentam barreiras burocráticas e entram por pontos de passagem limitados, com muitas remessas retidas.
- No fronto alimentar, a família de Maher Abu Jerad, 29 anos, vive com alimentos enlatados e recebe uma refeição a cada três dias; há déficit de água potável e, com o inverno, cresce o risco de doenças e desnutrição, agravado pela falta de cobertores, colchões e madeira para aquecer, segundo Naama Arafat.
A situação em Gaza se agrava com a chegada de um inverno severo, que ameaça a vida de milhares de palestinos deslocados. Desde o início do conflito em outubro de 2023, a população enfrenta dificuldades extremas, incluindo a falta de abrigo, alimentos e água. Recentes tempestades intensificaram os desafios, especialmente em al-Mawasi, onde muitos vivem em condições precárias.
Cerca de 500 mil pessoas estão abrigadas em acampamentos improvisados na costa sul de Gaza. A falta de infraestrutura adequada torna a situação insustentável. Sabah al-Breem, 62 anos, descreve a destruição de sua moradia temporária após a tempestade: “Tudo desabou… Nossos pertences ficaram encharcados”. Essa é a terceira vez que muitos enfrentam um inverno rigoroso desde que foram forçados a deixar suas casas.
Condições Críticas
As condições sanitárias nos acampamentos são alarmantes. A escassez de tendas e itens de abrigo resulta em infiltrações e acúmulo de água nas áreas ao redor. Mohammed Madhoun, um trabalhador de saúde comunitário, aponta que a falta de drenagem e a superlotação agravam a situação, aumentando o risco de doenças. “Com a água da chuva se acumulando, a situação se torna cada vez mais crítica”, afirma.
A ajuda humanitária, embora tenha aumentado, ainda é insuficiente. O acordo de cessar-fogo proposto por Donald Trump previa o envio de auxílio, mas muitos itens essenciais, como tendas e materiais de construção, enfrentam barreiras burocráticas. A maioria das doações e suprimentos entra por pontos de passagem limitados, e muitos itens são retidos pelas autoridades israelenses.
Desafios Alimentares
A escassez de alimentos também é uma preocupação crescente. Maher Abu Jerad, de 29 anos, relata que sua família vive com alimentos enlatados e depende de cozinhas comunitárias, que não conseguem atender a demanda. “Recebemos uma refeição a cada três dias”, diz. A falta de água potável é outro desafio, com famílias tendo que buscar o recurso a longas distâncias.
Com a chegada do inverno, as temperaturas devem cair ainda mais, e a população de Gaza se prepara para enfrentar um cenário de doenças e desnutrição. “Faltam cobertores, colchões e até mesmo madeira para aquecer”, lamenta Naama Arafat, que vive na costa de al-Mawasi. A situação é desesperadora e muitos apelam à comunidade internacional por ajuda urgente e compaixão diante de um inverno que promete ser brutal.