- Em janeiro de 2025, a maior operação militar em Cisjordânia desde 2005 deslocou 32.000 civis e durou 10 meses.
- A ação causou destruição de infraestrutura, com centenas de edifícios nos campos de refugiados Nur Shams, Yenín e Tulkarem.
- A Human Rights Watch publicou um relatório de 105 páginas com imagens de satélite que mostram mais de 850 edifícios destruídos ou gravemente danificados; a ONG entrevistou 31 palestinos deslocados e verificou vídeos e fotos das ofensivas.
- A operação, liderada pelo ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, contou com helicópteros Apache e bulldozers e implementou vias em formato de X para facilitar o movimento de veículos militares.
- O documento aponta que a destruição faz parte de uma estratégia deliberada e levanta preocupações legais sobre possíveis violações graves de direitos humanos; autoridades israelenses não comentaram sobre reabilitação das áreas devastadas e não há perspectiva de retorno para os deslocados.
Em janeiro de 2025, a maior operação militar em Cisjordânia desde 2005 resultou no deslocamento de 32.000 civis. A ação, que se estendeu por 10 meses, provocou a destruição de infraestrutura, incluindo centenas de edifícios em campos de refugiados. A situação se agravou com a publicação de um relatório da Human Rights Watch, que acusa Israel de crimes de guerra e contra a humanidade.
O relatório de 105 páginas analisa imagens de satélite que revelam mais de 850 edifícios destruídos ou danificados. A ONG entrevistou 31 palestinos deslocados e verificou vídeos e fotografias das ofensivas. A pesquisa indica que os deslocados permanecem em condições precárias, vivendo em casas de familiares, escolas e instituições de caridade, sem perspectivas de retorno.
Destruição em Campos de Refugiados
A operação militar, que começou enquanto a atenção estava voltada para Gaza, foi liderada pelo ministro da Defesa de Israel, Israel Katz. Ele mencionou a aplicação de uma estratégia militar semelhante à utilizada na Faixa de Gaza. Durante a ação, helicópteros Apache e bulldozers foram utilizados em três campos de refugiados: Nur Shams, Yenín e Tulkarem.
Desde o início da operação, as autoridades locais notaram um padrão de destruição que visa facilitar o movimento de veículos militares. O relatório da Human Rights Watch destaca que a destruição de infraestrutura não é apenas uma consequência do conflito, mas parte de uma estratégia deliberada, evidenciada pela criação de avenidas em forma de X nas áreas afetadas.
A situação humanitária se deteriora, com a falta de um horizonte de retorno para os deslocados. As autoridades israelenses não têm se pronunciado sobre a possibilidade de reabilitação das áreas devastadas. A análise da Human Rights Watch levanta preocupações sobre as implicações legais das ações israelenses na região, que podem ser consideradas violações graves dos direitos humanos.