- Relatório de setembro de 2024, com 292 entrevistas em Borno e Plateau, aponta perseguição religiosa persistente contra cristãos na Nigéria e listas de alvos por militantes.
- Ataques de grupos militantes como Boko Haram e Estado Islâmico na África Ocidental Província (ISWAP) alimentam a violência e o deslocamento em massa.
- Deslocados dizem encontrar discriminação em acampamentos, onde muitos são obrigados a ocultar a fé ou a converter-se ao islã para receber ajuda.
- A oferta de assistência é escassa e frequentemente condicionada à ocultação ou à mudança de crença entre as pessoas deslocadas.
- Em Plateau, a maioria dos ataques é atribuída a militantes Fulani; o estudo pede ação internacional para romper o silêncio e proteger os cristãos.
A violência contra cristãos na Nigéria continua a ser uma grave preocupação, com ataques frequentes de grupos militantes como Boko Haram e ISWAP. Um novo relatório, publicado em setembro de 2024, revela a perseguição religiosa persistente, com 292 entrevistas realizadas em Borno e Plateau. Os dados mostram que as comunidades cristãs enfrentam listas de alvos por parte de militantes e dificuldades em obter assistência.
Os ataques de militantes Fulani a comunidades agrícolas, tanto cristãs quanto muçulmanas, resultaram em deslocamentos em massa. Muitas pessoas que fugiram de suas casas agora enfrentam discriminação em acampamentos de deslocados, onde alguns são forçados a ocultar sua fé ou até converter-se ao islã para receber ajuda. A situação é crítica, pois os deslocados internos relatam que a ajuda é escassa e muitas vezes condicionada a essa ocultação da fé.
Realidade da Perseguição
Os pesquisadores que conduziram o estudo destacaram o clima de medo entre os cristãos. Um entrevistado mencionou que, durante os ataques, os homens armados gritam “Allahu Akbar”, evidenciando um direcionamento específico contra a comunidade cristã. Embora muçulmanos também sejam vítimas de violência, as evidências apontam para um aumento da perseguição religiosa contra os cristãos nas últimas décadas.
A situação em Plateau é alarmante, com a maioria dos ataques sendo atribuída a grupos militantes Fulani. O relatório sugere que, apesar de debates sobre as motivações desses grupos, a perseguição religiosa é uma realidade inegável para os cristãos nigerianos. O documento conclama à ação, enfatizando que é tempo de a comunidade internacional romper o silêncio e apoiar os cristãos que enfrentam essa crise sem precedentes.