- Promotores de Milão abriram investigação sobre o presidente sérvio Aleksandar Vučić, relacionada a testemunhos de “turismo de snipers” durante o cerco a Sarajevo entre mil novecentos noventa e dois e mil novecentos noventa e seis.
- A denúncia foi apresentada por Ezio Gavazzeni, escritor italiano, e envolve alegações de que turistas pagaram para atirar em civis, com apoio de unidades sérvias, conforme relatório do ex-prefeito de Sarajevo, Benjamina Karić.
- A investigação busca identificar indivíduos envolvidos em assassinatos voluntários agravados por crueldade; Gavazzeni afirma que muitos turistas europeus, incluindo italianos, viajaram de Trieste para Belgrado e foram levados às colinas de Sarajevo para atirar.
- O caso menciona ainda que, durante o cerco, mais de dez mil pessoas foram mortas por tiros e bombardeios, com suposto envolvimento de soldados do exército de Radovan Karadžić, condenado por genocídio em 2016.
- Até o momento, Vučić não se manifestou sobre as novas acusações; ele negou envolvimento em entrevista de 2021, classificando as alegações como manobra política.
Rumores sobre a suposta participação do presidente sérvio Aleksandar Vučić em atividades de “turismo de snipers” durante o cerco de Sarajevo (1992-1996) voltaram à tona após uma nova investigação em Milão. A denúncia foi feita por Ezio Gavazzeni, um escritor italiano, e envolve alegações de que turistas pagaram para atirar em civis da cidade. O caso foi reaberto após um relatório do ex-prefeito de Sarajevo, Benjamina Karić, que trouxe novas evidências sobre a participação de unidades sérvias e estrangeiras.
A investigação, iniciada pelos promotores de Milão, busca identificar os indivíduos envolvidos nas alegações de assassinatos voluntários, agravados por crueldade. Gavazzeni afirma que muitos turistas europeus, incluindo italianos, participaram de tiroteios, pagando grandes quantias a soldados do exército de Radovan Karadžić, condenado por genocídio em 2016. Durante o cerco, mais de 10 mil pessoas foram mortas por tiros e bombardeios.
Denúncias e Evidências
O jornalista investigativo Domagoj Margetić também apresentou uma queixa contra Vučić, alegando que ele estava presente em um dos postos de observação de onde os tiros eram disparados. Margetić compartilhou evidências nas redes sociais, sugerindo que Vučić, na época um jovem voluntário, esteve envolvido nas operações. A advogada Nicola Brigida, que auxiliou Gavazzeni, destacou que as evidências reunidas são robustas e podem levar a uma investigação mais aprofundada.
Gavazzeni, que começou a investigar após assistir ao documentário “Sarajevo Safari” (2022), descreveu os turistas como pessoas que buscavam prazer em atirar em civis, sem motivações políticas ou religiosas. Ele enfatizou que esses indivíduos viajavam de Trieste para Belgrado, de onde eram levados para as colinas de Sarajevo para atirar.
Repercussões
Até o momento, Vučić não se manifestou sobre as novas acusações. Em uma entrevista de 2021, ele negou qualquer envolvimento, considerando as alegações uma manipulação política. A situação destaca a complexidade das memórias do cerco de Sarajevo e a necessidade de esclarecer os eventos que marcaram esse período sombrio da história.