- A administração de Donald Trump pressiona a Ucrânia a aceitar um plano de paz de vinte e oito pontos, com concessões a Moscou e a possível cessão de território ainda controlado pela Ucrânia.
- O plano prevê limites à capacidade militar ucraniana, concessões políticas e reconhecimento de facto do controle russo sobre a Crimeia e Donbas.
- A proposta incluiria garantias de defesa semelhantes ao Artigo cinco da Organização do Tratado do Atlântico Norte, com possível resposta dos Estados Unidos em caso de ataque à Ucrânia.
- A Ucrânia pode perder apoio de inteligência e militar dos EUA se não aderir ao acordo; o papel do Congresso norte-americano para ratificação segue incerto.
- As reações variam: a União Europeia cobra postura firme contra o agressor, enquanto a Rússia vê o texto como base para um acordo, e Kiev mantém negociações com EUA e parceiros europeus.
O governo dos EUA intensificou a pressão sobre a Ucrânia para que aceite um plano de paz de 28 pontos, que abriga concessões a Moscou, incluindo limites no tamanho das forças ucranianas e reconhecimento de controle russo sobre parte do Crimeia e Donbas. A exortação ocorre em meio a ameaças de cortes de ajuda e de apoio de segurança, com o prazo alegadamente ligado à aproximação da véspera de Ação de Graças. Zelensky afirmou, em discurso, que a decisão pode envolver perder a dignidade ou o apoio de um aliado-chave, além de enfrentar um inverno difícil.
Segundo relatos, o plano contempla reconhecimento de muitos ganhos russos, bem como garantias de defesa dos EUA semelhantes à NATO, em caso de ataque à Ucrânia. A proposta foi discutida entre representantes dos EUA e de Moscou, com versões separadas indicando a possibilidade de um compromisso vinculante, ainda sem confirmação de como seria ratificado pelo Congresso americano. Washington aponta que o acordo poderia incluir limitações militares ucranianas e uma estrutura de defesa coletiva, embora ainda haja dúvidas sobre a viabilidade política e legal.
Reações na Europa e no próprio Kyiv variam. Parlamentares europeus e diplomatas expressaram cautela, ressaltando que a pressão não deve favorecer a agressão russa, enquanto Zelensky mantem contatos com autoridades americanas e europeias para avaliar os termos. A presença de autoridades militares dos EUA em Kyiv e o encontro com Zelensky foram vistos como sinal de que as negociações seguem ativas, mas com resistência política interna e insegurança quanto ao futuro do conflito.
Plano de 28 pontos
O documento sugerido pelos EUA incluiria limitações ao tamanho das forças ucranianas, concessões políticas por parte de Kiev e o que seria, de forma polêmica, o reconhecimento de controle russo sobre partes da Crimeia e do Donbas. A ideia também favoreceria uma garantia de segurança semelhante à Article 5 da OTAN, com obrigação de resposta em caso de ataque, inclusive com uso de força. A redação e a aplicabilidade legal ainda permanecem em aberto, com dúvidas sobre a necessidade de aprovação legislativa nos EUA e o peso político real de eventuais garantias.
Contexto e desdobramentos
As discussões ocorrem em meio a avanços militares russos em áreas estratégicamente relevantes e a uma crise de imagem de Zelensky diante de controvérsias internas. A Ucrânia depende de apoio internacional para manter sua capacidade de defesa diante das ofensivas. A relação entre Washington e Kyiv apresenta flutuações, enquanto a comunidade internacional observa se o plano seria viável sem comprometer a soberania ucraniana.