- Em Joanesburgo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu ao Grupo dos Vinte (G20) maior compromisso com combate à desigualdade, financiamento climático e governança econômica, defendendo a criação de um Painel Independente sobre Desigualdade e a taxação de grandes fortunas.
- Na sessão sobre crescimento sustentável, Lula disse que o G20 pode perder relevância diante do protecionismo e do unilateralismo, e pediu liderança multilateral diante de conflitos na Ucrânia, em Gaza e no Sudão.
- O presidente criticou a austeridade pós-crise financeira de dois mil e oito, afirmando que ela aprofundou desigualdades e tensões geopolíticas, e classificou a desigualdade como risco sistêmico.
- Na sessão sobre um mundo resiliente, ele vinculou desigualdade, crise climática e responsabilidade das grandes economias, destacando que em dois mil e vinte e cinco o planeta quota o limite de um grau e meio e elogiando a COP trinta em Belém.
- Lula mencionou a Declaração de Belém sobre Fome, Pobreza e Ação Climática Centrada nas Pessoas, apresentada na COP trinta, com compromissos de proteção social, apoio a pequenos produtores e soluções para populações de florestas, dizendo que é justiça climática.
A Cúpula de Líderes do G20, realizada neste sábado 22 em Joanesburgo, debateu desigualdade, financiamento climático e governança econômica. Lula, presidente do Brasil, pediu maior compromisso dos países desenvolvidos e criticou a austeridade pós-2008, apontando riscos à cooperação global.
Nos discursos, o presidente afirmou que o G20 pode perder relevância diante do protecionismo e do unilateralismo. Ele disse que o grupo precisa liderar soluções multilaterais num contexto de conflitos internacionais e crise climática, e defendeu a criação de um Painel Independente sobre Desigualdade e a taxação de grandes fortunas.
A segunda sessão foi dedicada à construção de um mundo mais resiliente. Lula destacou que 2025 marca o momento em que o planeta superou pela primeira vez o limite de 1,5°C acima dos níveis pré-industriais. Acompanhou a cerimônia de fechamento com referências à COP30 em Belém e à Declaração de Belém sobre Fome, Pobreza e Ação Climática Centrada nas Pessoas.
A COP30, ainda em negociação em Belém, teve a participação brasileira destacada pelo presidente, que celebrou a ciência como vencedora na “COP da verdade” e o reforço do multilateralismo. Lula afirmou que o mundo precisa acelerar reduções de emissões e adaptar infraestruturas a eventos extremos.
O debate também enfatizou impactos sociais da crise climática. A Declaração de Belém, lançada pelo Brasil, reúne compromissos para proteção social, apoio a pequenos produtores e alternativas sustentáveis em comunidades ribeirinhas e áreas de floresta. O pacote visa reduzir vulnerabilidade das populações mais atingidas.