- Mais de 4.400 palestinos deslocados de Gaza para a Cisjordânia permanecem isolados por bloqueio de fronteira, sem possibilidade de reunificação familiar.
- No estádio municipal de Nablus, convertido em campo de refugiados, muitos homens que antes trabalhavam em Israel vivem em condições precárias.
- Relatos de dor incluem um pai que risca na parede os nomes de oito filhos, quatro deles mortos em bombardeios; também há casos de crianças com câncer.
- Khaled, 51 anos, perdeu dois filhos e virou cozinheiro para os refugiados; Samir Hajjaj Abu Salah, 55 anos, não vê futuro em Gaza e planeja se estabelecer fora do território se a evacuação da família for assegurada.
- Mulheres de Gaza na Cisjordânia, incluindo mães de crianças com câncer, aguardam tratamento médico e vivem longe da família; organizações e autoridades tentam prestar apoio.
- O suporte é liderado pelo governador de Nablus, Ghassan Daghlas, com atuação de organizações como a Crescent Red (Cruz Vermelha Palestina) e a UNRWA (Agência das Nações Unidas para Refugiados da Palestina no Próximo Oriente).
Os mais de 4.400 palestinos que foram deslocados de Gaza para a Cisjordânia após o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 enfrentam uma situação crítica. Esses trabalhadores e pacientes, que buscavam abrigo em acampamentos improvisados, permanecem isolados devido ao bloqueio de fronteira, sem possibilidade de reunificação familiar.
No estádio municipal de Nablus, convertido em campo de refugiados, muitos homens, que antes trabalhavam em Israel, agora vivem sob condições precárias. Histórias de dor e perda se acumulam, como a de um pai que, ao escrever os nomes de seus oito filhos na parede, teve que riscar quatro deles, vítimas de bombardeios israelenses. A vida no estádio é marcada pela incerteza e pela expectativa de retorno a Gaza, que parece distante para muitos.
Condições de Vida e Desesperança
Os relatos de sofrimento são comuns entre os deslocados. Khaled, de 51 anos, perdeu dois filhos em um ataque aéreo e se tornou cozinheiro para os refugiados no estádio. Ele expressa o desejo de reencontrar sua família, mas a realidade é sombria. Por outro lado, Samir Hajjaj Abu Salah, de 55 anos, já não vê mais futuro em Gaza e planeja se estabelecer longe do território, uma vez que sua família seja evacuada.
Além dos trabalhadores, várias mulheres de Gaza, incluindo mães de crianças com câncer, também estão na Cisjordânia, após terem recebido autorização para tratamento médico antes do início do conflito. Muitas dessas mulheres perderam seus filhos, e agora vivem longe de suas famílias, em meio ao desespero e à incerteza.
Apoio e Esperança
O governador de Nablus, Ghassan Daghlas, e organizações como a Crescent Red e a UNRWA estão tentando oferecer suporte aos deslocados. Contudo, a situação continua crítica, com muitos se perguntando se algum dia poderão retornar a suas casas. A trégua atual traz um fio de esperança, mas a realidade de perdas e separações continua a assombrar a vida desses palestinos.