- O vazamento revelou um esboço de plano de paz de vinte e oito pontos entre os Estados Unidos e a Rússia, provocando confusão em Washington, Kyiv e capitais europeias; a Ucrânia pode precisar aceitar termos pouco aceitáveis, enquanto Putin acompanha a situação com interesse.
- Desde a volta de Donald Trump ao poder, o discurso dele tem criticado Kyiv e atribuído à Rússia a obstrução dos esforços de paz, com sanções significativas ao petróleo russo anunciadas.
- O Kremlin mantém silêncio estratégico; Putin disse que as propostas podem servir como base para um acordo final, mas analistas apontam que a estrutura favorecerá a Rússia, exigindo que a Ucrânia aceite antes de uma viagem de delegação dos EUA a Moscou.
- Em resposta, EUA e Ucrânia apresentaram um plano de paz alternativo de dezenove pontos, mais favorável a Kyiv, mas espera-se que Moscou o rejeite, o que poderia recompor as negociações.
- Especialistas, entre eles Fyodor Lukyanov, indicam que Putin pode adotar uma postura de espera, mantendo pressão militar até que a Ucrânia aceite os termos que atendam aos interesses russos; o cenário permanece volátil e dependente de Washington e Kyiv.
A recente divulgação de um esboço de um plano de paz de 28 pontos entre os Estados Unidos e a Rússia provocou uma onda de confusão em Washington, Kyiv e capitais europeias. O vazamento, que ocorreu na última semana, colocou a Ucrânia em uma posição difícil, forçando-a a considerar termos que podem não ser aceitáveis. Essa situação cria um cenário favorável para o presidente russo, Vladimir Putin, que observa a desordem com interesse.
Desde a volta de Donald Trump ao poder, tanto Putin quanto o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, têm se esforçado para mostrar que não são os obstáculos para a paz. No entanto, a postura de Trump tem variado, levando a uma retórica que frequentemente critica Kyiv. Após um encontro frustrante com Putin, Trump passou a acusar a Rússia de obstruir os esforços de paz, o que culminou em sanções significativas contra o petróleo russo.
Reações e Consequências
O silêncio estratégico do Kremlin se destaca, enquanto Putin, em uma declaração recente, afirmou que as propostas poderiam servir como base para um acordo final. Contudo, analistas acreditam que a estrutura do plano favorece a Rússia, exigindo que a Ucrânia aceite os termos antes que uma delegação dos EUA viaje a Moscou. Essa dinâmica pode provocar turbulências políticas em Kyiv, caso Zelenskyy considere aceitar o esboço.
Especialistas alertam que, mesmo que a Ucrânia concorde com o plano, Putin pode exigir mais concessões. Segundo Tatiana Stanovaya, do Carnegie Russia Eurasia Centre, o documento apresenta ambiguidades que dificultariam sua aceitação por Moscou. A falta de compromissos claros sobre a neutralidade da Ucrânia e a expansão da OTAN são pontos críticos que precisam ser abordados.
Caminhos Alternativos
Em resposta ao plano vazado, os EUA e a Ucrânia elaboraram um plano de paz alternativo de 19 pontos, que é mais favorável a Kyiv, mas evita questões mais sensíveis por enquanto. A expectativa é que Moscou rejeite essa proposta, levando as negociações de volta ao início. Com a pressão militar da Rússia mantendo-se constante, Putin pode esperar que a Ucrânia ceda ao plano original enquanto a situação no campo de batalha se deteriora.
Analistas como Fyodor Lukyanov sugerem que, por ora, Putin pode optar por uma postura de espera, mantendo a pressão militar até que a Ucrânia aceite os termos que favorecem os interesses russos. A situação permanece volátil, com o futuro das negociações incerto e dependente das reações de Washington e Kyiv.