- A cúpula do G-20 em Johannesburgo mostrou um embate entre defensores do multilateralismo e quem busca desmontar o sistema em favor de ganhos materiais, com EUA ausentes e participação russa fraca ressaltando as tensões.
- Foi apresentado um plano de paz para a Ucrânia, elaborado por conselheiros do ex-presidente Donald Trump, sem a participação de Kiev ou de países europeus, com foco em recursos e reconstrução sob uma lógica de ganhos para Washington.
- A reunião abordou também a situação em Gaza, com interesses comerciais envolvidos, especialmente de nações ricas do Oriente Médio.
- Houve esforço para uma declaração comum, mesmo diante de boicote dos Estados Unidos; o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, afirmou que o G-20 não é controlado por um único país e que todos os membros são iguais; o ministro das Relações Exteriores, Ronald Lamola, destacou que a plataforma não pode ser paralisada pela ausência de membros.
- A declaração final indicou que o multilateralismo não está morto, mas enfrenta sérias dificuldades com a atual configuração geopolítica, gerando frustração no Sul Global e na Europa e buscando um caminho que preserve a eficácia do sistema global.
A cúpula do G-20, realizada em Johannesburgo, expôs um embate intenso entre defensores do multilateralismo e aqueles que buscam desmantelar esse sistema. A ausência dos EUA e a fraca participação da Rússia ressaltaram as tensões, enquanto o evento se tornava um palco para discussões sobre a Ucrânia, Gaza e outras questões regionais.
No encontro, um plano de paz para a Ucrânia, elaborado por conselheiros do ex-presidente Donald Trump, foi apresentado sem a participação de Kiev ou de países europeus. Essa iniciativa unilateral visa explorar os recursos e a reconstrução da Ucrânia, seguindo uma lógica de ganhos materiais para Washington. A situação em Gaza também foi abordada, com interesses comerciais em jogo, especialmente com nações ricas do Oriente Médio.
Desafios do Multilateralismo
A cúpula evidenciou a resistência de diversos países, que tentaram salvar uma declaração comum, apesar das tentativas de boicote por parte dos EUA. O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, enfatizou que o G-20 não é dominado por um único país, afirmando que todos os membros são iguais. O ministro das Relações Exteriores, Ronald Lamola, reforçou essa posição, destacando que a plataforma multilateral não pode ser paralisada pela ausência de qualquer membro.
A declaração final, embora não tenha grandes compromissos políticos, é um indicativo de que o multilateralismo não está morto, mas enfrenta sérias dificuldades devido à atual configuração geopolítica. A cúpula também refletiu a frustração de países do Sul Global e da Europa em relação ao unilateralismo crescente, buscando um caminho que preserve a eficácia do sistema global.