- A polícia sul-africana investiga alegações de que a filha do ex-presidente Jacob Zuma enganou 17 homens para lutarem pela Rússia na guerra da Ucrânia, com alguns familiares entre os recrutados.
- Nkosazana Zuma-Mncube apresentou um boletim de ocorrência acusando Duduzile Zuma-Sambudla e duas outras pessoas de recrutarem os homens sem consentimento.
- Vídeos recebidos pela imprensa mostram que alguns recrutados teriam assinado contratos em russo que não entenderam.
- Duduzile Zuma-Sambudla apresentou acusações contra Blessing Khoza, dizendo que foi enganada ao recrutá-los; as apurações ainda estão no estágio inicial.
- A Hawks informou que o caso envolve possíveis crimes de tráfico de pessoas, auxílio a milícias estrangeiras e fraude; não há conclusão.
A polícia sul-africana abriu investigação sobre alegação de que a filha do ex-presidente Jacob Zuma enganou homens para lutarem na Rússia, na Ucrânia. Segundo familiares, 17 sul-africanos estariam no front sem consentimento, sob promessas de treinamento e emprego bem remunerado. Os relatos indicam participação de integrantes da família.
Nkosazana Zuma-Mncube apresentou um boletim de ocorrência na polícia na sábado, acusando Duduzile Zuma-Sambudla e mais dois suspeitos de recrutarem os 17 homens. Ela afirma que os recrutados foram entregues a um grupo mercenário russo para lutar na Ucrânia sem conhecer os detalhes da operação.
A denúncia descreve que alguns recrutados assinaram contratos em russo que não compreenderam. Zuma-Sambudla contestou as acusações, dizendo ter sido enganada pelo terceiro envolvido. A investigação está em estágio inicial, com o dossiê recebido no último domingo pela Hawks.
Investigação em curso
A Hawks comunicou que analisa possíveis crimes de tráfico de pessoas, auxílio a milícias estrangeiras e fraude. Um porta-voz confirmou recebimento de depoimento, sem divulgar conteúdo. A promotoria informou que a cooperação com autoridades é rotina nesses casos.
Segundo a mídia local, vídeos de alguns sul-africanos mostram que teriam assinado contratos em russo sem entender o conteúdo. A polícia também investiga se há uso de contratos ou promessas enganosas para atrair recrutas.
Ramaphosa já havia anunciado, em 6 de novembro, que avaliava como 17 homens teriam ficado presos no Donbas, na Ucrânia. O governo disse buscar a cooperação internacional para a repatriação e afirmou que cidadãos não podem lutar para forças estrangeiras sem autorização.