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Massacres em Darfur e avanço rebelde desafiam papel dos Emirados no Sudão

Rede de abastecimento liderada pelos Emiratos Árabes Unidos liga Kufra (Líbia) a Bosaso (Somália), envia mercenários colombianos a Darfur e movimenta ouro para Dubái

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Por Revisado por Time de Jornalismo Portal Tela
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  • O grupo paramilitar Fuerzas de Apoyo Rápido (RSF) tomou El Fasher, capital de Darfur Norte, no fim de outubro, com relatos de atrocidades e aprofundamento da divisão do Sudão em dois blocos.
  • A coalizão tem uma rede de abastecimento aéreo e terrestre liderada pelos Emiratos Árabes Unidos, com voos que passam por Kufra (Líbia), Bosaso (Somália) e outras rotas, além de envio de mercenários colombianos a Darfur.
  • As rotas atuais incluem transporte por terra via grupos ligados ao ENL (Exército Nacional Líbio) e passaram a depender de Kufra, perto de Darfur, após a interrupção da rota de Chad.
  • Os Emiratos teriam intensificado o uso de ouro como fonte de receita para financiar as RSF, com grande parte do ouro exportado para Dubai por meio de rotas de contrabando, segundo a ONU e ONG Swissaid; 98% do ouro exportado oficialmente em 2024 também teria ido aos Emiratos.
  • Campanha diplomática: Abu Dabi nega apoio direto a qualquer parte do conflito e afirma apoiar esforços para um cessar-fogo, sem esclarecer a natureza do tráfego aéreo observado.

O grupo paramilitar Sudaneses Forças de Apoio Rápido (RSF) tomou El Fasher, no Darfur Norte, no fim de outubro, ampliando a divisão do país em dois blocos e acentuando o conflito civil. Obras e relatórios indicam execuções, violência sexual e sequestros, com consequências humanitárias graves e condenação internacional.

A operação ocorreu em meio a uma guerra que já deixou dezenas de milhares de mortos. A RSF, aliada a forças locais, enfrentou o exército sudanês e seus parceiros, consolidando controle sobre grande parte das cidades do Darfur, exceto El Fasher, até o verão de 2023. A comunidade internacional acompanha os desdobramentos com preocupação.

Rede de suprimentos

Um relatório de especialistas da ONU descreve uma rede de abastecimento aérea e terrestre apoiada por Emiratos Árabes Unidos. Voos ligam Kufra, na Líbia, a Bosaso, na Somália, com escalas em países aliados e rotas menores por Chad, República Centro-Africana e Sudão do Sul. Mercenários colombianos teriam sido enviados a Darfur para apoiar as RSF, segundo relatos de governos e veículos de mídia.

Segundo o painel da ONU, a logística passou a depender de Kufra, controlada pelo Exército Nacional Libio, com uso de bases em Bengasi e Bosaso para transporte terrestre via redes ligadas à família Jaftar. O retorno das rotas coincidiu com o aumento da atividade de minas de ouro na região, com exportação para Dubái sob controle de redes associadas às RSF.

Contexto financeiro e político

Entre as dinâmicas envolvidas, destaca-se a relação entre a família Dagalo, que comanda as RSF, e a Casa dos Nahyan, em Abu Dabi. Aparentes laços influenciam a disposição de recursos para a infraestrutura militar, logística e comércio, incluindo o ouro extraído no país e enviado a Dubai, por meio de rotas de contrabando. Autoridades Emiratenses afirmam não ter prestado apoio a partes beligerantes, ressaltando esforços para alcançar um cessar-fogo.

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