- O documentário “Ellas en la ciudad” retrata a luta de mulheres do extrarradio de Sevilla por direitos básicos.
- As protagonistas enfrentaram condições precárias e se organizaram para reivindicar melhorias em saúde, educação e infraestrutura.
- Julia Gutiérrez e Maribel Cruces são exemplos de mulheres que transformaram suas comunidades, criando espaços de convivência.
- O filme, dirigido por Reyes Gallegos, busca dar visibilidade às contribuições femininas na luta operária, frequentemente ignoradas.
- As ativistas continuam a lutar por direitos sociais, participando de manifestações e atividades comunitárias.
Luta e Transformação no Extrarradio de Sevilla
O documentário “Ellas en la ciudad” destaca a trajetória de mulheres do extrarradio de Sevilla, revelando suas lutas e conquistas em um contexto de marginalização. Essas mulheres, que enfrentaram condições precárias em suas moradias, tornaram-se protagonistas de uma transformação comunitária significativa.
Historicamente, as mulheres têm sido fundamentais em movimentos sociais, embora frequentemente invisibilizadas. No extrarradio, elas se organizaram para reivindicar direitos básicos, como saúde, educação e infraestrutura. Julia Gutiérrez, uma das protagonistas, relembra que, sem médicos ou lojas, a comunidade precisou se unir para exigir melhorias. Muitas dessas mulheres, que começaram a trabalhar desde jovens, foram politizadas em ambientes clandestinos.
O documentário, dirigido pela arquiteta urbanista Reyes Gallegos, busca reverter a narrativa masculinizada da luta operária na Espanha. Gallegos observa que, enquanto a imagem de um homem com uma bandeira é comum, as mulheres sempre estiveram na linha de frente, embora suas contribuições tenham sido silenciadas.
Heroínas da Comunidade
As histórias de Maribel Cruces e Gutiérrez exemplificam a força dessas mulheres. Elas não apenas lutaram por seus direitos, mas também transformaram seus bairros, criando espaços de convivência e cuidado. “Elas fizeram a cidade do futuro habitável,” afirma Gallegos, ressaltando o impacto positivo que essas mulheres tiveram em suas comunidades.
As ativistas enfrentaram desafios como a violência de gênero e a falta de serviços essenciais. Organizaram protestos e piquetes, reivindicando centros de saúde e comércio. Mesmo com a idade avançada, continuam a lutar por direitos sociais, participando de manifestações e atividades comunitárias. “As manifestações são tudo para nós,” diz Gutiérrez, refletindo a determinação dessas mulheres em não se calar.
O documentário não apenas narra suas histórias, mas também oferece um retrato sem condescendência, mostrando a resiliência e a luta contínua dessas heroínas. “A consciência é a verdadeira arma,” afirma uma das participantes, enfatizando a importância da mobilização e da solidariedade entre as mulheres.