- Após os ataques de 7 de outubro de 2023, o antissemitismo aumentou, especialmente em manifestações pró-Palestina.
- Governos europeus expressaram preocupações com o ressurgimento dessa discriminação.
- Historicamente, o antissemitismo foi visto como um problema do passado, mas sempre esteve presente em contextos sociais e políticos.
- O antissemitismo atual se disfarça de virtude, dificultando sua crítica, e é observado tanto na extrema direita quanto na extrema esquerda.
- Denunciar o antissemitismo é essencial para combater um ciclo de ódio, sem ignorar a dor dos palestinos.
Após os ataques de 7 de outubro de 2023, o antissemitismo ressurgiu com força, especialmente em manifestações pró-Palestina, gerando preocupações em governos europeus. Historicamente, essa forma de discriminação foi considerada uma questão do passado, mas, como alertou o historiador Conor Cruise O’Brien, sempre esteve presente como uma força subterrânea, pronta para emergir em contextos sociais e políticos favoráveis.
O antissemitismo contemporâneo se disfarça de virtude, dificultando sua crítica. Antes, assumir posições antissemitas exigia coragem; hoje, é preciso coragem para denunciá-las sem ser rotulado como inimigo da causa palestina. A crítica a Israel é legítima, mas se torna problemática quando nega seu direito de existir ou relativiza atrocidades cometidas por grupos como o Hamas.
O Antissemitismo “Inocente”
O fenômeno atual é um antissemitismo “inocente”, onde pessoas autodeclaradas progressistas ignoram sinais evidentes de seu aumento. A retórica mudou, mas o ressentimento permanece. O antissemitismo, antes associado à extrema direita, agora também se abriga na extrema esquerda, sob o pretexto da luta anticolonial. Essa convergência de extremos revela um moralismo seletivo, onde Israel é demonizado enquanto violações de direitos em outros países são minimizadas.
A tradição antissemita é resistente, oferecendo prazeres emocionais profundos, como o prazer do ódio e da pureza moral. Atacar judeus ou símbolos judaicos, como o Estado de Israel, proporciona uma sensação de elevação moral e pertencimento ideológico. Combater essa forma de discriminação requer um enfrentamento direto com as emoções que ela mobiliza.
Denunciar o Antissemitismo
Denunciar o antissemitismo não significa ignorar a dor dos palestinos, mas reconhecer que esse tipo de ódio é um sintoma da falência moral da civilização. As manifestações recentes na Europa refletem um aumento preocupante dessa discriminação, que se disfarça sob a bandeira de causas nobres, mas que, na essência, perpetua um ciclo de ódio e divisão.