Imigração na Índia provoca impacto em favelas e arranha-céus pelo país

Ação de Deportação em Gurugram

Em Gurugram, na Índia, autoridades detiveram centenas de trabalhadores, alegando que eram imigrantes ilegais. A operação, realizada no mês passado, visou principalmente muçulmanos de Bangladesh, resultando em um clima de medo e fuga na comunidade local.

Os detidos, em sua maioria, são falantes de bengali e afirmam ter documentos de identidade válidos. Ather Ali Sheikh, um trabalhador que passou seis dias em um centro de detenção, relatou que suas identificações foram consideradas falsas. "Foi um pesadelo não saber meu destino," disse ele. A polícia nega as alegações de maus-tratos, afirmando que apenas 10 dos 250 detidos foram identificados como imigrantes ilegais.

Impactos na Comunidade

A operação gerou um impacto significativo nos serviços locais. Com a saída repentina de trabalhadores, como ajudantes domésticos e motoristas, a coleta de lixo e outros serviços essenciais foram afetados. Tabassum Bano, residente de um dos complexos, comentou sobre a dificuldade de encontrar ajuda após a fuga de seus empregados.

As deportações de muçulmanos de Bangladesh não são novidade na Índia, mas têm se intensificado sob o governo de Narendra Modi. Nos últimos meses, centenas de pessoas foram detidas em várias regiões, incluindo Assam e Delhi, onde cerca de 700 foram deportadas. A política de imigração tem gerado críticas, especialmente por sua falta de clareza sobre os critérios de suspeição.

Medidas e Críticas

A recente ação em Gurugram foi baseada em um aviso do Ministério do Interior que estabelece novas diretrizes para a deportação de imigrantes ilegais. As autoridades devem criar forças-tarefa e centros de detenção para identificar e deportar imigrantes de Bangladesh e Myanmar. Aakash Bhattacharya, do Conselho Nacional de Sindicatos, criticou a abordagem, afirmando que a suspeição parece estar ligada à língua e à religião.

Os residentes da comunidade muçulmana bengali vivem com um sentimento de insegurança. Muitos agora dormem com documentos de identidade ao lado, temendo novas detenções. Rabi-ul-Hassan, morador de um acampamento, expressou a luta constante que enfrentam: "Além da pobreza, agora temos que lidar com isso também."