- O Ministério Público de São Paulo deflagrou a Operação Duas Caras, resultando na prisão de dez pessoas.
- O esquema de corrupção desviou R$ 1,6 bilhão da saúde pública, envolvendo uma Organização Social com sede em Catanduva (SP).
- As investigações revelaram o uso de empresas de fachada e contabilidade paralela para movimentar recursos de forma ilícita.
- A operação cumpriu mandados em diversas cidades, incluindo Catanduva, Santa Catarina, Arujá, Carapicuíba e Piracicaba, além de outros estados.
- Os investigados podem enfrentar acusações de peculato, corrupção, associação criminosa, lavagem de dinheiro e fraudes em licitações.
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) deflagrou nesta quinta-feira (7) a Operação Duas Caras, que resultou na prisão de dez pessoas e revelou um esquema de corrupção que desviou R$ 1,6 bilhão da saúde pública. As investigações apontam que a fraude envolvia uma Organização Social (OS) com sede em Catanduva (SP), que utilizava empresas de fachada para movimentar recursos de forma ilícita.
As prisões ocorreram em Catanduva e Santa Catarina, e mandados de busca e apreensão foram cumpridos em diversas cidades, incluindo Arujá, Carapicuíba e Piracicaba. A operação também se estendeu a outros estados, como Rio de Janeiro e Minas Gerais. O esquema, que utilizava o Hospital Psiquiátrico Mahatma Gandhi, foi descrito como complexo, envolvendo contabilidade paralela e emissão de notas fiscais falsas.
A FVS Administração e Gestão Judicial, que agora administra a OS, informou que a intervenção foi necessária para regularizar a situação e garantir a continuidade dos serviços. O promotor João Paulo Gabriel de Souza, do Gaeco, destacou que a investigação revelou um “departamento extraoficial” dedicado à lavagem de dinheiro e pagamento indevido, o que impactou diretamente o atendimento, resultando em mortes e ações trabalhistas.
Desdobramentos da Operação
Em paralelo, a Polícia Federal também atuou, cumprindo mandados contra o ex-prefeito de Bebedouro (SP), Fernando Galvão Moura, que é suspeito de envolvimento em um contrato de R$ 13,2 milhões com a OS. A defesa de Moura nega as acusações, afirmando que ele não estava envolvido nos desvios.
Os investigados podem enfrentar acusações de peculato, corrupção, associação criminosa, lavagem de dinheiro e fraudes em licitações. A magnitude do esquema revela a gravidade das irregularidades nas organizações sociais de saúde, que já eram alvo de investigações anteriores, mas cuja extensão não havia sido totalmente compreendida até agora.