Brasileiro se torna criminoso após ser alvo da máfia chinesa em Mianmar
André Luis Sales Cunha foi condenado a 18 anos de prisão por aliciar brasileiros para trabalho escravo em Mianmar, recebendo US$ 500 por vítima

André Cunha, o 'velho da lancha' nas redes sociais, está preso desde dezembro (Foto: Reprodução)
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André Luis Sales Cunha foi condenado a 18 anos de prisão por seu envolvimento em um esquema de tráfico humano que aliciava brasileiros com falsas promessas de emprego na Tailândia, levando-os a Mianmar. A decisão, proferida em maio, teve seu sigilo levantado recentemente pelo Ministério Público Federal (MPF).
Cunha, que também foi vítima dos criminosos, atuou como aliciador, levando 12 brasileiros ao KK Park, um local onde enfrentaram condições de trabalho análogas à escravidão. No complexo, os aliciados eram forçados a realizar fraudes cibernéticas contra estrangeiros, especialmente nos Estados Unidos. O MPF revelou que Cunha recebia US$ 500 por cada compatriota que conseguia trazer para o local.
As vítimas relataram jornadas exaustivas, ameaças e agressões. Os passaportes eram confiscados, e as dívidas acumuladas com alimentação e medicamentos chegavam a US$ 7.500, o equivalente a R$ 40 mil. O KK Park, descrito como um "complexo militar", contava com vigilância armada e impunha multas por atrasos e descumprimento de metas, resultando em salários muito inferiores aos prometidos.
Após denúncias, Cunha foi preso em Mianmar e enviado de volta ao Brasil, onde foi detido ao chegar no aeroporto de Guarulhos. Sua defesa solicitou a redução da pena, mas o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) manteve a condenação em 18 anos e 11 meses. A defesa não se manifestou sobre o caso.
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