Em Alta NotíciasConflitoseconomiaFutebolrelações internacionais

Converse com o Telinha

Telinha
Oi! Posso responder perguntas apenas com base nesta matéria. O que você quer saber?
Entrar

STF decide sobre repatriação de menores vítimas de abuso doméstico

STF avalia nova interpretação da Convenção de Haia e pode barrar repatriação de crianças em casos de violência doméstica.

Telinha
Por Revisado por Time de Jornalismo Portal Tela
Convenção de Haia prevê que menor retirado do país de residência habitual por um genitor, sem autorização do outro, deve ser retornado (Foto: Charles Gullung/Image Source/IMAGO)
0:00 0:00
  • O Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar a validade das regras da Convenção de Haia sobre sequestro internacional de crianças em 13 de agosto de 2025.
  • O relator, ministro Luís Roberto Barroso, propôs uma nova interpretação que pode impedir a repatriação de menores em casos de violência doméstica, mesmo que a vítima não seja a criança.
  • As ações analisadas questionam a repatriação imediata de crianças subtraídas de seu país de residência habitual, conforme exigido pela Convenção, que abrange menores de 16 anos.
  • A nova interpretação considera que indícios de violência no ambiente familiar podem justificar a não repatriação, priorizando o bem-estar da criança.
  • O julgamento será retomado em 20 de agosto de 2025, enquanto um projeto de lei sobre o tema tramita no Senado e um fórum internacional está previsto para outubro em Fortaleza.

O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou, na quarta-feira (13), o julgamento sobre a validade das regras da Convenção de Haia, que trata do sequestro internacional de crianças. O relator, ministro Luís Roberto Barroso, propôs uma nova interpretação que pode impedir a repatriação de menores em casos de violência doméstica, mesmo que a vítima não seja a criança.

As ações diretas de inconstitucionalidade em análise questionam a repatriação imediata de crianças que tenham sido subtraídas de seu país de residência habitual. A Convenção de Haia, ratificada por mais de cem países, exige o retorno de menores de 16 anos retirados sem autorização do genitor, exceto em situações de “risco grave” à saúde física ou psíquica da criança. A nova interpretação sugere que indícios de violência no ambiente familiar, mesmo que a vítima seja outro membro da família, podem justificar a não repatriação.

Desafios e Implicações

Dados indicam que em 90% dos pedidos de repatriação no Brasil, as mães são as responsáveis por levar os filhos ao exterior sem o consentimento do pai. Muitas dessas mulheres se autodenominam “Mães de Haia”, buscando proteção contra abusos. A vice-presidente do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFam), Maria Berenice Dias, destaca que a nova interpretação visa priorizar o melhor interesse da criança, considerando que a exposição à violência afeta diretamente o bem-estar infantil.

O STF reconhece as dificuldades enfrentadas por mulheres imigrantes ao denunciar violência doméstica, como barreiras culturais e linguísticas. Barroso e a Advocacia-Geral da União (AGU) defendem que as alegações de violência devem ser verificadas por “indícios comprováveis” para evitar mal-entendidos com outros países e garantir que o Brasil cumpra as normas da Convenção.

Avanços e Expectativas

Recentemente, a AGU atuou em defesa de uma mãe que comprovou ser vítima de violência doméstica ao ser alvo de uma ação de repatriação. O Brasil, que recebeu 77 pedidos de repatriação em 2024, está em um momento de revisão das interpretações da Convenção de Haia. Um projeto de lei sobre o tema tramita no Senado, e um fórum internacional está previsto para outubro em Fortaleza, visando discutir a violência doméstica e a convenção. O julgamento no STF será retomado na próxima quarta-feira (20).

Comentários 0

Entre na conversa da comunidade
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela; a responsabilidade é do autor da mensagem. Conecte-se para comentar

Veja Mais