- Uma investigação do senador Jon Ossoff revelou 41 casos de abuso físico e sexual em centros de detenção de imigrantes nos Estados Unidos.
- Os dados abrangem 25 estados e envolvem 14 grávidas e 18 crianças, com relatos de negligência médica e condições precárias.
- Entre os casos, uma mulher grávida sangrou por dias antes de sofrer um aborto espontâneo sem assistência médica.
- Os centros de detenção em Texas, Geórgia e Califórnia apresentaram o maior número de denúncias.
- Grupos de direitos civis criticam a expansão do sistema de detenção, que pode aumentar a capacidade para 107 mil leitos, levantando preocupações sobre o tratamento humanitário dos detidos.
Uma investigação conduzida pelo senador Jon Ossoff, do estado da Geórgia, revelou 41 casos de abuso físico e sexual em centros de detenção de imigrantes nos Estados Unidos. Os dados abrangem 25 estados, incluindo Porto Rico, e envolvem 14 grávidas e 18 crianças. Os relatos incluem negligência médica e condições precárias, com casos alarmantes de mulheres grávidas que sofreram complicações sem receber atendimento adequado.
Entre os casos mais graves, uma mulher grávida sangrou por dias antes de ser levada a um hospital, onde acabou sofrendo um aborto espontâneo sem assistência médica. Outras detidas relataram serem forçadas a dormir no chão e a não receberem refeições ou exames médicos. A investigação também destacou que crianças de apenas 2 anos enfrentaram negligência, com um caso em que uma cidadã americana com necessidades médicas severas foi hospitalizada várias vezes sem o devido cuidado.
Condições nos Centros de Detenção
Os centros de detenção em Texas, Geórgia e Califórnia foram identificados como os locais com o maior número de denúncias. A investigação se baseou em entrevistas com detentos, familiares, advogados e profissionais de saúde, além de inspeções em locais de detenção. O relatório também incluiu informações de investigações jornalísticas anteriores, corroborando a gravidade da situação.
A expansão do sistema de detenção sob a administração Trump está em andamento, com planos para mais que dobrar a capacidade para 107 mil leitos. Novas instalações estão sendo construídas em locais como West Texas e Indiana, levantando preocupações sobre a falta de supervisão e as condições de detenção.
Críticas e Implicações
Grupos de direitos civis e defensores locais criticam essa expansão, afirmando que ela perpetua um sistema já marcado por negligência e abusos. Relatos de abortos espontâneos, doenças não tratadas e violência são comuns. A construção de uma rede de detenção de imigração sem precedentes nos EUA levanta questões sobre a transparência e o tratamento humanitário dos detidos.
A ICE (Serviço de Imigração e Controle de Alfândega) não se manifestou sobre as alegações. A investigação de Ossoff é parte de um esforço contínuo para expor e abordar os problemas sistêmicos enfrentados por mulheres grávidas e crianças sob custódia nos Estados Unidos.