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Merkel afirma que fortalecimento da extrema direita é resultado da acolhida a refugiados

Merkel admite que sua decisão sobre refugiados fortaleceu a AfD, enquanto a adaptação dos imigrantes ao mercado de trabalho avança

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Por Revisado por Time de Jornalismo Portal Tela
Angela Merkel, ex-premiê da Alemanha, participa do lançamento de sua autobiografia em centro cultural de Atenas, em julho (Foto: Angelos Tzortzinis - 2.jul.25/AFP)
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  • Angela Merkel reconheceu que sua decisão de abrir as fronteiras da Alemanha a refugiados em 2015 fortaleceu a Alternativa para a Alemanha (AfD), partido de extrema direita.
  • Em entrevista à emissora ARD, Merkel afirmou que não se arrepende de sua ação, que considera “importante, correta, sensata e humana”.
  • Desde a decisão, cerca de quinhentos mil refugiados chegaram ao país, com muitos sendo bem-sucedidos no mercado de trabalho; atualmente, sessenta e quatro por cento estão empregados.
  • A AfD conquistou a segunda maior bancada nas eleições parlamentares de fevereiro, enquanto Merkel minimizou sua responsabilidade pela ascensão do partido.
  • Merkel expressou preocupação com a divisão social em torno da política de imigração e destacou a importância de uma Europa unida.

Angela Merkel reconhece impacto de sua decisão sobre refugiados na ascensão da AfD

Perto do décimo aniversário da decisão de abrir as fronteiras da Alemanha a refugiados, Angela Merkel admitiu que sua escolha fortaleceu a Alternativa para a Alemanha (AfD), partido de extrema direita. Em entrevista à emissora ARD, a ex-chanceler afirmou que não se arrepende de sua ação, que considerou “importante, correta, sensata e humana”.

Em 2015, durante a crise de refugiados provocada pela guerra na Síria, Merkel proferiu a famosa frase “Wir schaffen das” (“Vamos conseguir”). A decisão resultou na entrada de quase meio milhão de refugiados, recebidos com flores e garrafas de água nas estações de trem. Contudo, a euforia inicial foi seguida por episódios de violência associados a imigrantes, que impactaram a percepção pública.

Dados sobre adaptação e mercado de trabalho

Atualmente, a AfD se tornou uma força política significativa, competindo em popularidade com a União Democrata Cristã (CDU), partido do atual premiê, Friedrich Merz. Em 2024, 64% dos refugiados admitidos em 2015 estão empregados, com 5% atuando como autônomos, números próximos à taxa geral de emprego na Alemanha, que é de 70%.

Estatísticas também indicam que, em áreas com maior fluxo de refugiados, os aluguéis aumentaram menos, desafiando a narrativa de que a imigração é responsável pelo aumento dos custos habitacionais. Pesquisas revelam que a xenofobia cresceu em regiões que menos receberam imigrantes.

Desafios políticos e sociais

Nas eleições parlamentares de fevereiro, a AfD conquistou a segunda maior bancada, um feito inédito. Merkel, ao deixar o cargo, minimizou sua responsabilidade na ascensão da extrema direita, afirmando que a AfD ainda estava em um dígito nas pesquisas durante seu governo. Recentemente, Merz aprovou uma moção anti-imigratória, recebendo apoio da AfD, o que gerou protestos em massa.

Merkel expressou preocupação com a divisão em torno da política de imigração, ressaltando a necessidade de uma Europa unida e forte. A ex-chanceler enfatizou que, se a sociedade se dividir sobre o tema, enfrentará grandes problemas no futuro.

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