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A máquina de difamação já atuava no Siglo de Ouro da Espanha

Antologia revela como a sátira burlesca criticou políticos corruptos, destacando a luta pelo poder na corte espanhola do século XVII

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Por Revisado por Time de Jornalismo Portal Tela
Retrato ecuestre do duque de Lerma, de Rubens, e retrato do conde-duque de Olivares a cavalo, de Velázquez, ambos expostos no Museu Nacional do Prado (Foto: Reprodução)
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  • Francisco Gómez de Sandoval y Rojas, Duque de Lerma, foi o primeiro valido da coroa espanhola durante o Siglo de Ouro.
  • Sua ascensão ao poder ocorreu antes da coroação de Felipe III e foi marcada por escândalos de corrupção.
  • Uma nova antologia de poesia burlesca revela como as elites da corte usaram a sátira para criticar políticos como Lerma e Gaspar de Guzmán, conde de Olivares.
  • Os poemas, frequentemente anônimos, eram uma forma de protesto e refletiam a intensa rivalidade política da época.
  • O catedrático Ignacio Arellano destaca a riqueza retórica desses textos, que atacavam figuras políticas e evidenciavam a luta pelo poder no século XVII.

Francisco Gómez de Sandoval y Rojas, o Duque de Lerma, foi o primeiro valido da coroa espanhola durante o Siglo de Oro. Sua ascensão ao poder ocorreu antes da coroação de Felipe III, consolidando-se como figura central na corte. No entanto, sua trajetória foi marcada por escândalos de corrupção e rivalidades políticas.

Uma nova antologia de poesia burlesca revela como as elites cortesãs da época usaram a sátira para criticar figuras como Lerma e Gaspar de Guzmán, o conde de Olivares. Esses poemas, que circulavam clandestinamente, serviam como uma forma de protesto e manipulação da opinião pública, refletindo a luta pelo poder na corte.

Os textos, frequentemente anônimos, eram uma expressão da “Guerra de plumas”, onde a sátira aristocrática se projetava sobre as massas. O catedrático Ignacio Arellano, que publicou a antologia, destaca a riqueza retórica desses poemas, que utilizavam jogos de palavras e referências religiosas para intensificar os ataques. Lerma, por exemplo, foi alvo de críticas que o retratavam como um político ambicioso e corrupto, colocando em risco a estabilidade do reino.

Além de Lerma, outros membros de seu círculo, como Rodrigo Calderón, também enfrentaram a ira dos poetas. A sátira não poupava ninguém, e até mesmo o confessor de Lerma foi alvo de ataques, evidenciando a intensidade da rivalidade política da época. A antologia de Arellano traz à tona a importância desses textos na construção da narrativa política do século XVII, mostrando que a luta pelo poder sempre encontrou formas criativas de se manifestar.

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