- A CPI dos Pancadões da Câmara Municipal de São Paulo teve um momento tenso durante um depoimento na sexta-feira, 29 de agosto.
- O vereador Rubinho Nunes (União Brasil) e o professor Thiago Torres, conhecido como Chavoso da USP, se enfrentaram após Chavoso insinuar a presença do crime organizado na Câmara.
- Nunes ameaçou Chavoso com “voz de prisão” por “testemunho falso” e questionou sobre a atuação do crime organizado nas periferias.
- Chavoso defendeu que o crime existe em diversos lugares, incluindo a Câmara, mas não apontou parlamentares envolvidos.
- A CPI, que investiga festas clandestinas e suas ligações com o crime, foi prorrogada por mais 120 dias devido à complexidade do tema.
A CPI dos Pancadões da Câmara Municipal de São Paulo teve um momento tenso nesta sexta-feira (29), quando o vereador Rubinho Nunes (União Brasil) e o professor Thiago Torres, conhecido como Chavoso da USP, se enfrentaram durante um depoimento. A comissão, criada em maio, investiga a fiscalização de festas clandestinas e possíveis ligações com o crime organizado.
A discussão começou quando Chavoso insinuou que o crime organizado também estaria presente na Câmara Municipal. Em resposta, Nunes ameaçou dar “voz de prisão” ao professor por “testemunho falso”. O vereador questionou se Chavoso reconhecia a atuação do crime organizado nas periferias, ao que o professor respondeu que “existe em todo lugar”, incluindo a própria Câmara. Essa afirmação gerou uma reação imediata de Nunes, que pediu que Chavoso apontasse os parlamentares envolvidos, mas o professor optou por não responder.
Tensão na Comissão
A situação se intensificou, levando à intervenção de outros vereadores para acalmar os ânimos. Nunes afirmou que recuperaria a gravação da sessão para encaminhar ao Ministério Público de São Paulo (MP-SP), alegando a necessidade de medidas legais por possível falso testemunho. Antes do tumulto, o vereador havia questionado Chavoso sobre sua posição em relação a grupos criminosos como o PCC e o Comando Vermelho.
Chavoso, que criticou a criação da CPI em um podcast, argumentou que sua convocação visava dar visibilidade à comissão às custas de sua imagem. Ele defendeu que a investigação se limita a associar o funk ao crime, o que considera uma perseguição ao gênero musical.
Desdobramentos da CPI
A CPI já ouviu depoimentos de outros envolvidos, como o produtor musical Henrique Alexandre Barros Viana, conhecido como Rato, e agora de Chavoso. As investigações buscam esclarecer suspeitas sobre a presença de adolescentes em bailes, hipersexualização nas músicas e consumo de drogas. Nunes justificou suas perguntas, citando indícios de que estabelecimentos estariam ligados à lavagem de dinheiro do crime organizado.
O presidente da CPI ressaltou a importância de ouvir as comunidades para contribuir com o trabalho da comissão, que foi prorrogada por mais 120 dias devido à complexidade do problema. A Câmara Municipal não se manifestou sobre o acionamento do MP-SP até o fechamento desta reportagem.