- O conceito de sobrediagnóstico, comum na medicina e psicologia, agora se aplica à democracia.
- Especialistas afirmam que a análise excessiva do estado democrático pode causar paralisia social e ocultar causas reais de deterioração.
- O politólogo Larry Diamond menciona a recessão democrática, enquanto a ensaísta Anne Applebaum fala de democracias cansadas.
- A reconstrução de laços comunitários e a revitalização do espaço público são essenciais para promover um civismo democrático.
- Criar espaços de encontro, como praças e feiras, é fundamental para fortalecer interações sociais e combater a degradação política.
Sobrediagnóstico da Democracia: Um Chamado à Ação
O conceito de sobrediagnóstico, amplamente discutido na medicina e psicologia, agora se aplica à democracia. Especialistas alertam que a excessiva análise do estado democrático pode levar a uma paralisia social, obscurecendo as causas reais do seu deterioro. Essa reflexão surge em um momento em que a saúde democrática é criticamente avaliada.
Vários estudiosos, como o politólogo Larry Diamond, falam sobre a “recessão democrática”, enquanto a ensaísta Anne Applebaum descreve um cenário de democracias “envelhecidas e cansadas”. A fundadora do Latinobarómetro, Marta Lagos, utiliza a metáfora da “diabetes democrática”, uma condição que, embora não letal à primeira vista, é difícil de erradicar.
A Necessidade de Reconstrução
A urgência de reconstruir laços comunitários e revitalizar o espaço público é evidente. O filósofo Byung-Chul Han já alertava sobre a perda de vínculos sociais, que se deterioram silenciosamente. Para combater essa degradação, é essencial promover uma agenda de civismo democrático.
A prática de compartilhar refeições e experiências em comunidade pode fortalecer esses laços. Iniciativas que envolvem a alimentação saudável e responsável têm mostrado resultados positivos na construção de vínculos sociais.
Espaço Público e Lazos Fracos
O sociólogo Mark Granovetter distingue entre “lazos fortes” e “lazos fracos”, sendo estes últimos essenciais para romper a solidão e a endogamia das bolhas digitais. Criar espaços de encontro, como praças e feiras, é fundamental para fomentar essas interações.
A degradação da política não é inevitável, mas requer uma cidadania ativa e vigilante. A recuperação da ética na gestão pública e o respeito ao dissenso são passos cruciais para evitar o colapso das democracias.
Despertar a consciência cívica é uma tarefa urgente. A transformação social não deve ser vista como uma meta distante, mas como um processo contínuo que exige pequenos, mas significativos, passos coletivos.