- O ex-presidente Jair Bolsonaro está sendo julgado no Supremo Tribunal Federal (STF) por supostas tentativas de golpe em 2022.
- No Congresso, articulações para uma proposta de anistia estão em andamento, com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, atuando como um dos principais articuladores.
- Tarcísio busca fortalecer sua imagem política e já se comprometeu a indultar Bolsonaro caso seja eleito presidente.
- A proposta de anistia enfrenta resistência, e há discussões sobre a possibilidade de excluir Bolsonaro, o que o beneficiaria apenas em 2027.
- A oposição critica as articulações, considerando-as um “golpe parlamentar”, enquanto o ministro Alexandre de Moraes alerta para a necessidade de responsabilização.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está sob julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) por supostas tentativas de golpe em 2022. Enquanto isso, no Congresso, articulações para uma proposta de anistia ganham força, com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), se destacando como um dos principais articuladores.
A discussão sobre a anistia coincide com o início do julgamento, que começou na terça-feira (2). Líderes de partidos como PP, União, Republicanos e PL estão costurando um texto que visa beneficiar Bolsonaro e outros réus dos eventos de 8 de janeiro. Tarcísio busca consolidar sua imagem como herdeiro político da direita, mirando as eleições de 2026.
Na véspera do julgamento, Bolsonaro recebeu o deputado Arthur Lira (PP-AL), que enfatizou a necessidade de mobilização para garantir a aprovação da anistia. O cientista político Ismael Almeida sugere que a condenação de Bolsonaro pode abrir espaço para uma solução política, dado o clima de politização que envolve o STF.
Articulações no Congresso
Nos dias seguintes, Tarcísio esteve em Brasília para articular diretamente com líderes partidários a tramitação da proposta de anistia. Durante as reuniões, ele criticou o STF e prometeu indultar Bolsonaro caso seja eleito presidente. A proposta, no entanto, enfrenta resistência, e há discussões sobre a possibilidade de excluir Bolsonaro da anistia, o que o beneficiaria apenas em 2027.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), está promovendo uma versão reduzida da anistia, que poderia abrandar penas, mas excluir Bolsonaro e outros líderes dos atos. Essa estratégia gera tensões, já que a aprovação de um projeto de lei requer 41 votos, um número considerado frágil pela oposição.
Reações e Consequências
A oposição reagiu com veemência às articulações, classificando-as como um “golpe parlamentar”. O ministro Alexandre de Moraes, do STF, alertou que a impunidade não é uma opção para a pacificação do país. Apesar disso, a expectativa é que a anistia possa fortalecer Tarcísio e oferecer uma resposta à crise política atual.
As movimentações no Congresso refletem uma complexa troca de interesses, onde a anistia a Bolsonaro se torna um “pedágio” para garantir apoio político a Tarcísio. As próximas semanas serão decisivas para o futuro político do ex-presidente e as ambições do governador paulista.
