- Nataly Helen Martins Pereira, de 25 anos, foi presa por sequestrar Emelly Beatriz Azevedo Sena, uma jovem grávida de 16 anos, para roubar seu bebê.
- O crime ocorreu em 12 de março de 2024, em Cuiabá, Mato Grosso.
- Nataly usou uma farsa sobre sua própria gravidez para atrair a vítima, que estava em crise de relacionamento.
- Após desmaiar Emelly com um golpe, Nataly a amarrou e a matou, realizando uma cesariana rudimentar.
- O Ministério Público do Mato Grosso denunciou Nataly por oito crimes, incluindo homicídio qualificado, e sua pena pode ultrapassar 75 anos.
Nataly Helen Martins Pereira, de 25 anos, foi presa após planejar o sequestro de Emelly Beatriz Azevedo Sena, uma jovem grávida de 16 anos, para roubar seu bebê. O crime ocorreu em 12 de março de 2024, em Cuiabá, Mato Grosso. Nataly, que havia compartilhado uma retrospectiva de um ano perfeito em seu perfil no TikTok, incluindo um pedido de casamento e uma falsa gravidez, utilizou essa farsa para atrair a vítima.
A criminosa se aproveitou da vulnerabilidade de Emelly, que estava em crise de relacionamento e prestes a dar à luz. Nataly estabeleceu contato com a jovem em um grupo de WhatsApp sobre doações para bebês, onde fingiu estar grávida. Após desmaiar Emelly com um golpe, Nataly a amarrou e a matou, realizando uma cesariana rudimentar para retirar o bebê. O laudo pericial indicou que Emelly morreu devido a um choque hemorrágico causado por lesões na barriga.
Motivações e Contexto
O crime, conhecido como abdução fetal, é raro e geralmente motivado pelo desejo de maternidade. Nataly, que já era mãe de três meninos, planejou o sequestro com a intenção de “segurar” um relacionamento amoroso. O Ministério Público do Mato Grosso denunciou Nataly por oito crimes, incluindo homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Sua pena pode ultrapassar 75 anos.
Pesquisadores como a advogada criminalista Hannah Celtan estudam casos semelhantes no Brasil, onde 16 ocorrências de rapto fetal foram registradas. Hannah destaca que muitos casos podem não ser reportados, levantando questões sobre a segurança de gestantes vulneráveis. O primeiro caso documentado no Brasil ocorreu em 2012, em Manaus, onde a vítima também foi atacada por uma conhecida.
Nataly está detida no Presídio Feminino Ana Maria do Couto May, e sua defesa argumenta que a acusação é excessiva, caracterizando uma prática de overcharging. A complexidade do crime e suas motivações revelam um fenômeno que desafia a criminologia e a psiquiatria, evidenciando a necessidade de um olhar mais atento sobre a segurança de gestantes e a prevenção de tais atrocidades.