- A dependência da Europa em relação aos Estados Unidos preocupa, especialmente após a invasão da Ucrânia.
- Há uma necessidade urgente de uma defesa europeia autônoma e integrada, devido à fragmentação da indústria de defesa.
- A União Europeia deve se afirmar como um ator global, garantindo segurança sem depender exclusivamente dos EUA.
- Os gastos em defesa na Europa devem atingir 381 bilhões de euros, mas a falta de interoperabilidade compromete a efetividade.
- A integração de empresas, como a fusão entre Indra e Escribano, é essencial para fortalecer a indústria de defesa europeia.
A dependência estratégica da Europa em relação aos Estados Unidos se torna cada vez mais preocupante, especialmente após a invasão da Ucrânia. As tensões em diversas regiões, como o Oriente Médio e o Indo-Pacífico, ressaltam a necessidade de uma defesa europeia autônoma e integrada. A fragmentação da indústria de defesa é um desafio, e a integração por meio de fusões é vista como essencial para aumentar a competitividade e a inovação.
A OTAN continua sendo fundamental para a defesa coletiva, mas a relação transatlântica se tornou condicional, o que limita a capacidade de decisão da Europa. A União Europeia (UE) deve se afirmar como um ator global, capaz de garantir sua segurança sem depender exclusivamente dos EUA. A autonomia estratégica é uma necessidade urgente, e a criação de uma defesa europeia requer uma cultura comum de segurança, superando interesses nacionais fragmentados.
Atualmente, os gastos europeus em defesa devem alcançar 381 bilhões de euros, representando 2,1% do PIB até o final do ano. Apesar disso, a efetividade é comprometida pela falta de interoperabilidade entre as capacidades nacionais. A defesa deve ser priorizada ao lado de questões como energia e transição verde, pois sem segurança, não há prosperidade.
A indústria de defesa europeia enfrenta desafios significativos, com 65% das novas capacidades sendo importadas. A fragmentação em empresas de pequeno e médio porte dificulta a competição global. Para reverter essa situação, é necessário fomentar a cooperação por meio de financiamento europeu e promover consórcios industriais. A integração de empresas, como a fusão entre Indra e Escribano, pode criar um ator industrial mais robusto, capaz de desenvolver tecnologias essenciais.
A Agência Europeia de Defesa desempenha um papel crucial nesse processo, e a utilização de cooperativas estruturadas permanentes pode ajudar a superar a fragmentação. A urgência é clara: se a Europa não aproveitar o momento atual para consolidar sua defesa e base industrial, ficará vulnerável a ameaças globais.