- O debate sobre a participação política da igreja no Brasil aumenta com a proximidade das eleições de 2026.
- Líderes religiosos, como o pastor Isaías Lobão, defendem essa participação como um exercício de cidadania.
- Lobão afirma que a credibilidade da igreja não é afetada por críticas e que a liberdade civil está em risco com a perseguição a opositores.
- O professor Luciano Gomes dos Santos alerta que a militância partidária pode levar à exclusão de fiéis e perda de credibilidade social.
- A crise política atual é vista como uma oportunidade para repensar o papel da igreja na democracia, com foco em formação cívica e diálogo.
O debate sobre a participação política da igreja no Brasil intensifica-se à medida que se aproxima as eleições de 2026. Líderes religiosos, como o pastor Isaías Lobão, defendem essa participação como um exercício de cidadania, enquanto especialistas alertam sobre os riscos da militância partidária.
Lobão, membro do Instituto Brasileiro de Direito e Religião, afirma que a credibilidade da igreja não é abalada por críticas externas. Para ele, o que está em jogo é a liberdade civil, ameaçada em um cenário onde opositores são perseguidos. Ele argumenta que a participação em manifestações é uma defesa da liberdade de expressão, não uma politização da religião.
O pastor destaca que a perseguição e a censura são sinais de fragilidade democrática. Ele ressalta que a igreja deve ensinar que cidadania envolve obediência a Deus, e não submissão ao poder. Lobão observa que tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, há um movimento de repressão a vozes críticas, e a igreja deve encontrar um equilíbrio entre engajamento e ideologia.
Desafios e Consequências
O professor Luciano Gomes dos Santos, especialista em Ciências da Religião, considera legítima a defesa de pautas políticas pela igreja, desde que baseadas em valores éticos. No entanto, ele alerta que a confusão entre missão espiritual e militância partidária pode resultar em exclusão de fiéis e perda de credibilidade social.
Gomes dos Santos também menciona o movimento pela anistia em tramitação no Congresso, que pode unir algumas denominações, mas também dividir outras. Ele observa que os jovens evangélicos reagem de maneiras diversas ao envolvimento político, com alguns preferindo causas sociais e outros aderindo ao ativismo conservador.
Oportunidades na Crise
A atual crise política oferece uma oportunidade para repensar o papel da igreja em uma democracia plural. Gomes dos Santos sugere a necessidade de formação cívica, limites claros para o púlpito e diálogo com diferentes setores da sociedade. Ele acredita que, se bem aproveitado, esse contexto pode reafirmar a fé como uma força de cidadania e bem comum.