- Jason Stanley, professor de filosofia da linguagem, deixou a Universidade de Yale após doze anos.
- Ele aceitou um novo cargo na Universidade de Toronto, motivado pelo declínio da democracia nos Estados Unidos sob Donald Trump.
- Em sua última aula em Yale, Stanley discutiu o conceito de “palavras-códigos”, que têm significados ocultos.
- A saída de Stanley ocorre em meio a um movimento de acadêmicos preocupados com a repressão acadêmica nos EUA, incluindo outros professores que também se mudaram para Toronto.
- A situação se agravou com ataques a universidades e a ameaça de cortes de verbas federais para instituições que não seguirem diretrizes do governo.
Jason Stanley, professor de filosofia da linguagem, deixou a Universidade Yale após doze anos, aceitando um novo cargo na Universidade de Toronto. A decisão foi motivada pelo declínio da democracia nos Estados Unidos sob o governo de Donald Trump. Stanley é conhecido por suas análises sobre autoritarismo e fascismo, tendo publicado obras reconhecidas internacionalmente.
Em sua última aula em Yale, Stanley discutiu o conceito de “palavras-códigos”, que carregam significados ocultos e funcionam como senhas para grupos sociais e políticos. Os alunos o homenagearam com flores e mensagens, refletindo a polarização que sua figura representa nos EUA. Stanley se tornou um símbolo do progressismo, enfrentando críticas de setores conservadores.
O professor, que já publicou livros como *Como funciona o fascismo*, analisa as estratégias autoritárias contemporâneas. Ele observa que as táticas fascistas, como a repressão a intelectuais e a disseminação de desinformação, permanecem presentes nas democracias atuais. Stanley acredita que os EUA já cruzaram a linha em direção ao fascismo, embora ainda não tenham se tornado um Estado totalitário.
Após a reeleição de Trump em 2024, Stanley decidiu que era hora de deixar Yale. A crescente repressão acadêmica e os ataques a universidades, especialmente contra iniciativas de diversidade e inclusão, foram fatores decisivos. A situação se agravou com a perseguição a estudantes e a ameaça de cortes de verbas federais para instituições que não seguissem as diretrizes do governo.
Stanley não é o único a deixar Yale. Outros acadêmicos, como os historiadores Marci Shore e Timothy Snyder, também optaram por se mudar para Toronto, refletindo um movimento mais amplo de intelectuais preocupados com o futuro da academia nos EUA. A saída de Stanley e seus colegas gerou reações mistas entre alunos e professores, com alguns defendendo que deveriam permanecer e lutar contra a repressão.