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Victoria Camps analisa a desconfiança na sociedade contemporânea em novo livro

Victoria Camps critica o individualismo e a desconfiança nas instituições em seu novo livro, propondo reflexão sobre interdependência e responsabilidade moral

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Por Revisado por Time de Jornalismo Portal Tela
Filósofa Victoria Camps em seu domicílio em Sant Cugat del Vallés, Barcelona, durante o mês de agosto (Foto: Reprodução)
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  • Victoria Camps, filósofa catalã, lançou o livro “La sociedad de la desconfianza”.
  • A obra critica o individualismo extremo e a falta de confiança nas instituições.
  • Camps descreve a sociedade atual como uma “sociedade de soledades conectadas”.
  • A autora argumenta que a liberdade reduzida ao egoísmo não é verdadeira liberdade.
  • Ela defende a importância da interdependência humana e da responsabilidade moral.

Victoria Camps, filósofa catalã, lança seu novo livro, La sociedade de la desconfiança, que critica o individualismo extremo e a falta de confiança nas instituições. A obra propõe uma reflexão sobre a interdependência humana e a responsabilidade moral, abordando temas contemporâneos que afetam a sociedade.

Camps descreve a civilização atual como uma “sociedade de soledades conectadas”, onde a autonomia é confundida com o isolamento. Em suas páginas, a autora argumenta que a liberdade reduzida ao egoísmo não é verdadeira liberdade. Ela desmonta as ideologias do neoliberalismo, que promovem a independência como uma virtude suprema, e identifica o individualismo como a raiz da desconfiança nas instituições e nas relações interpessoais.

A filósofa explora um amplo espectro de referências, de Aristóteles a Byung-Chul Han, e critica o libertarismo contemporâneo, que transforma a liberdade positiva em mera liberdade negativa. Camps também aponta como a falta de políticas redistributivas pela esquerda abriu espaço para populismos que prometem comunidade em troca de exclusão.

Crítica ao Reconhecimento e Redistribuição

Camps questiona a prioridade das políticas de reconhecimento em relação às de redistribuição. Para ela, a igualdade material é fundamental para eliminar diferenças discriminatórias. No entanto, sua abordagem pode ser problemática, pois pressupõe que a igualdade pode ser alcançada sem abordar as estruturas culturais que perpetuam a desigualdade.

A autora defende a necessidade de identidades inclusivas, mas alerta para o risco de criar uma falsa universalidade que ignora diferenças específicas. A interdependência humana é um tema central, mas sua crítica às identidades pode parecer contraditória, já que essas visibilizam grupos marginalizados.

Reflexão Moral

O livro de Camps se apresenta como um espelho que reflete as contradições da sociedade atual. A filósofa não oferece soluções fáceis, mas provoca uma reflexão sobre a responsabilidade moral, questionando: “o que devo fazer?” Em tempos de superficialidade na comunicação, sua obra reafirma que filosofar é um ato de resistência. A mensagem final sugere que o verdadeiro problema pode ser a incapacidade humana de exercer a liberdade de forma responsável.

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