- A União Europeia não apresentará suas metas climáticas na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) na próxima semana.
- A Dinamarca, que preside o bloco, não conseguiu consenso entre os países-membros para as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) de 2035.
- Em vez disso, será enviada uma carta de intenções, que sugere um corte de 66,3% a 72,5% nas emissões de gases de efeito estufa em relação a 1990.
- Críticos afirmam que a falta de consenso prejudica a influência da Europa nas negociações climáticas, especialmente com a Conferência das Partes (COP30) se aproximando.
- A discussão sobre as NDCs reflete divisões internas, com países como Polônia, França e Alemanha apresentando diferentes propostas de metas.
Fracasso nas Metas Climáticas da UE
A União Europeia não conseguirá apresentar suas metas climáticas na Assembleia Geral da ONU, marcada para a próxima semana em Nova York. A Dinamarca, que preside o bloco, não obteve consenso entre os países-membros para as NDCs (contribuições nacionalmente determinadas) de 2035, conforme estipulado pelo Acordo de Paris. Em vez disso, a proposta é enviar uma carta de intenções.
A decisão será debatida nesta sexta-feira, 18, em Bruxelas. Críticos afirmam que essa falta de consenso prejudica a influência da Europa nas negociações climáticas, especialmente com a COP30 se aproximando, que ocorrerá em Belém. Manon Dufour, da E3G, destacou que a inação da UE pode comprometer sua própria indústria e sua posição no cenário global.
Atualmente, apenas 29 dos 197 países que fazem parte da convenção do clima da ONU apresentaram suas metas para 2035. A expectativa é que a China cumpra o prazo estabelecido para suas contribuições, enquanto a Europa se vê em um impasse. A carta de intenções da Dinamarca sugere um corte de 66,3% a 72,5% nas emissões de gases de efeito estufa em relação a 1990, mas essa meta ainda não está garantida.
Pressões Políticas
A discussão sobre as NDCs reflete um contexto político mais amplo dentro da UE. A Polônia, por exemplo, defende um corte mínimo de 66,3%, enquanto a França e a Alemanha pressionam por definições separadas das metas. Essa divisão é vista como um retrocesso, com a possibilidade de que as metas para 2035 e 2040 sejam reduzidas.
Ester Asin, da WWF, criticou a abordagem da UE, alertando que a urgência climática não pode ser usada como justificativa para desmantelar os objetivos ambientais. Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, enfatizou a necessidade de reformar a legislação do bloco, mas essa estratégia pode criar incertezas jurídicas e enfraquecer a credibilidade da UE.
A Dinamarca ainda espera alcançar um consenso antes da COP30, mas a situação atual levanta preocupações sobre a capacidade da Europa de liderar a luta contra as mudanças climáticas.